quinta-feira, março 10, 2011

A PONTE DE UM CARRO SÓ

Ponte metálica, de origem inglesa, construída em 1889
HOJE PASSEI POR VOCÊ,  MINHA VELHA E QUERIDA PONTE! E VIAJEI NO SEU PASSADO!
REVI O INTENSO MOVIMENTO QUE EXISTIA QUANDO  AS DEZENAS DE TECELÕES  DA  ANTIGA ALGODOEIRA FIDELENSE  ( QUANDO  AINDA  SE FAZIA PRESENTE NA IPUCA) ,  COM SEUS CABELOS BRANCOS DOS FIOS DE ALGODÃO, DEPOIS DE UMA JORNADA DE TRABALHO,  ATRAVESSAVAM , DE  BICICLETAS  POR VOCÊ,  À TARDINHA,  NUM ALARIDO ALEGRE E FELIZ! ERA UMA ÉPOCA DE OURO NA NOSSA CIDADE E VOCÊ ERA PEÇA CHAVE NESSE CONTEXTO DE PROGRESSO E DE PROMESSAS DE UM FUTURO MELHOR  PARA SÃO FIDÉLIS.
NOTEI QUE ESTÁS TRISTE, SE SENTINDO SOLITÁRIA AGORA COM A NOVA PONTE! É BOBAGEM SUA, MINHA AMIGA. AGORA VOCÊ SÓ ESTÁ APOSENTADA.  COMO EU. NÃO TENHAS CIÚMES DA PONTE  NOVA!
NÃO SE SINTA ABANDONADA!  NOS MEUS PASSEIOS MATINAIS  VI O QUANTO ÉS QUERIDA!  EM SEUS BRAÇOS FORTES E ACOLHEDORES EXISTEM UM MONTE DE NINHOS DE PARDAIS E DE OUTROS PÁSSAROS QUE ACHARAM EM VOCÊ UM REFÚGIO SEGURO, LONGE  DO BARULHO DOS CARROS E DAS MOTOS.
VOCÊ FICOU COM O SILÊNCIO DAS BICICLETAS QUE VOLTARAM A TRAFEGAR NO SEU LEITO, AS CONVERSAS DOS PASSANTES E DOS CAMINHANTES, AS PROMESSAS APAIXONADAS DOS NAMORADOS OLHANDO A LUA REFLETIDA NO PARAÍBA, O CANTO DOS PARDAIS E AQUELA PREGUIÇA GOSTOSA E SEM CULPA QUE TOMA CONTA DOS APOSENTADOS! APROVEITE E  CURTA ESSA SUA PLACIDEZ!
DEIXE O BARULHO DOS CARROS, DAS MOTOS E OUTRAS COISAS BARULHENTAS PARA A SUA VIZINHA MAIS NOVA. APROVEITE O CORTEJO DO VENTO A SUSSURAR NOS SEUS OUVIDOS SEGREDOS DE GALANTEADOR E O MURMÚRIO DO RIO PARAÍBA DO SUL,  SEU COMPANHEIRO SEMPRE  FIEL  E ENAMORADO.
VOCÊ  FOI,  É  E CONTINUARÁ SENDO UM SÍMBOLO DA NOSSA CIDADE!  A PONTE DE UM CARRO SÓ!  É VERDADE, MAS NENHUMA OUTRA TEM A SUA HISTÓRIA!  ÉS ÚNICA E, EMBORA  DE  ORIGEM INGLESA,  NÃO ÉS ESNOBE NEM ORGULHOSA!  ÉS FIDELENSE E BASTA!  ÉS SIMPLESMENTE A “NOSSA” PONTE!
POR  ISSO VAMOS,  QUERIDA COMPANHEIRA, DEIXAR QUE O TEMPO NOS LEVE E ME RECEBA,  TODAS AS MANHÃS, COM A SUA HOSPITALIDADE  COSTUMEIRA  E A SUA CUMPLICIDADE  PARA QUE OUÇAMOS JUNTAS O CANTO DOS SEUS PARDAIS!
                               MARIA LÚCIA FERNANDES
                              SÃO FIDÉLIS- 04/março/2011

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