G1
Por Renan Ramalho, G1, Brasília
O ex-procurador da República Marcello Miller negou nesta quarta-feira (6) ter cometido crime ou ato de improbidade administrativa em sua relação com os executivos da JBS que fizeram acordo de delação premiada.
Em nota divulgada por sua assessoria, Miller também diz repudiar o “conteúdo fantasioso das menções a seu nome nas gravações divulgadas na imprensa”.
Nesta terça (6), veio à tona gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista – um dos donos da holding J&F – e o diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Saud, na qual discutem como obter ajuda de Marcello Miller, à época procurador da República, para concretizar a delação premiada.
No diálogo, ocorrido em 17 de março, os dois discutem uma forma de se aproximar de Janot por intermédio de Miller. À época, eles ainda não haviam iniciado conversas para fechar o acordo de delação, e Miller ainda trabalhava na PGR.
Miller afirma não ter recebido dinheiro ou “vantagem pessoal” da J&F, controladora da JBS, ou “qualquer outra empresa”, e que nunca atuou como intermediário entre o grupo e Janot, nem “qualquer outro membro” do Ministério Público Federal.
“Não mantém relações pessoais e jamais foi ‘braço direito’ do procurador-geral”, diz a nota. O ex-procurador ainda diz que falou com Janot pela última vez em janeiro deste ano, quando foi à PGR pedir exoneração do cargo.
“Desde julho de 2016, estava afastado do grupo de trabalho da Lava Jato e das atividades da PGR, atuando efetivamente na Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro. Nesse período, também não acessou nenhum arquivo ou documento da Operação Lava Jato”, acrescenta a nota.
Nota
Leia abaixo a íntegra da nota:
Nota à imprensa – Marcello Miller
1. Não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa.
2. Não recebeu dinheiro ou vantagem pessoal da J&F ou de qualquer outra empresa.
3. Nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal.
4. Não mantém relações pessoais e jamais foi “braço direito” do procurador-geral.
5. Não manteve qualquer comunicação com o procurador-geral desde outubro de 2016, com exceção do dia 23 de fevereiro de 2017, quando esteve na PGR para pedir a exoneração do cargo.
6. Nunca fez parte da força-tarefa da Operação Greenfield, no âmbito da qual foi celebrado o acordo de leniência da J&F.
7. Também não teve acesso a qualquer documento ou informação sobre a Operacão Greenfield.
8. Desde julho de 2016, estava afastado do grupo de trabalho da Lava Jato e das atividades da PGR, atuando efetivamente na Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro. Nesse período, também não acessou nenhum arquivo ou documento da Operação Lava Jato.
9. Lamenta e repudia o conteúdo fantasioso das menções a seu nome nas gravações divulgadas na imprensa.
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