segunda-feira, maio 15, 2017

PRINCIPAL TESTEMUNHA DA OPERAÇÃO CHEQUINHO, BETH DENUNCIA AMEAÇA

(Jornal Terceira Via)

Surpreendida pela ameça, Beth registrou a denúncia na Polícia Federal. Veja:





Chequinho: Beth Megafone relata ameaça à Polícia Federal

Radialista admitiu participação em compra de votos e detalhou à Justiça e à Polícia Federal como o esquema funcionava

GERAL
POR MARCOS CURVELLO

15 DE MAIO DE 2017 - 7h56
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Beth Megafone em audiência no Fórum Maria Tereza Gusmão de Andrade. (Foto: Silvana Rust)
O jornal O Globo trouxe, nesta segunda-feira (15), denúncia de ameaça a Beth Megafone. No último dia 8, a radialista, considerada testemunha-chave da Operação Chequinho, relatou à Polícia Federal (PF) ter sido coagida a não detalhar a troca de inscrições irregulares no programa social Cheque Cidadão, da Prefeitura de Campos, por votos nas eleições municipais de outubro passado.
De acordo com Megafone, que se chama Elizabeth Gonçalves dos Santos, as ameaças acontecem “desde que prestou o depoimento no qual admite sua participação e abre os detalhes do esquema”, afirma O Globo.
A radialista afirmou à PF ter sido perseguida por um carro, um Astra preto, em duas ocasiões distintas. No dia 7 de abril, a perseguição teria acontecido no Centro de Campos. Desta vez, eram dois homens em uma moto.
No dia 4 de maio, porém, ela teria sido abordada diretamente em um ponto de ônibus da Avenida 28 de março. Outros dois homens também em uma motocicleta a alertaram: “cala sua boca, por que assim como nós te achamos hoje, achamos você e sua família em qualquer dia, em qualquer lugar”.
Beth Megafone trabalhou na Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social de Campos em 2016 e acabou presa no Rio de Janeiro, no dia 31 de outubro do ano passado, durante a Operação Chequinho 2.
O esquema já rendeu, também, prisão e afastamento de vereadores e do ex-governador Anthony Garotinho (PR), suspeito de ser o mentor do esquema, que beneficiava a coligação “Frente Popular Progressista de Campos”, do candidato governista à sucessão de Rosinha Garotinho (PR) na Prefeitura, Dr. Chicão (PR).
Ozeias (PSDB) foi o primeiro vereador a ser preso, no dia 29 de agosto de 2016. Ele foi flagrado por fiscais do TRE-RJ em uma casa no distrito Travessão com uma mochila contendo R$ 27 mil reais em espécie e duas agendas com registros de necessidades de eleitores, que iam de cestas básicas a pagamento de INSS, passando por botijão de gás, material de construção e até bolo de casamento. Os pedidos eram marcados como “atendido” ou “entregue”. Ele foi liberado no mesmo dia, após pagamento de fiança.
No dia 19 de outubro, Ozeias e Miguelito (PSL) foram presos temporariamente na Operação Chequinho, da Polícia Federal (PF). Eles tiveram suas prisões prorrogadas e, depois, convertidas em preventiva, permanecendo no Presídio Masculino Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, até obterem liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dez dias depois.
Linda Mara (PTC) teve prisão temporária decretada no dia 26 de outubro, durante a Operação Chequinho 2, da PF. Após cinco dias foragida, foi presa no Rio de Janeiro, graças a uma denúncia anônima. Deixou o Presídio Feminino Nilza da Silva Santos no dia 4 de novembro.
Já o vereador Kellinho (PR) foi preso pela PF no dia 26 de outubro, após se apresentar na delegacia junto de sua advogada. Ele deixou o Presídio Carlos Tinoco da Fonseca no mesmo dia em que Linda Mara foi liberada.
Em 27 de outubro, Thiago Virgílio (PTC) foi afastado de suas funções na Câmara de Campos e impedido de entrar nela ou na Prefeitura. Dois dias depois, foi preso temporariamente pela PF. Acabou liberado no dia 2 de novembro.
Miguelito e Ozeias voltaram a ser detidos pela PF nesta sexta-feira (7), após o Ministério Público Eleitoral (MPE) pedir a prisão domiciliar dos dois os vereadores cassados, da ex-secretária de Desenvolvimento Humano e Social de Campos, Ana Alice Ribeiro, e da ex-coordenadora do Programa Cheque Cidadão, Gisele Koch. Na mesma ocasião, o ex-subsecretário de Governo de Campos, Alcimar Ferreira Custódio, braço direito de Garotinho na pasta durante o governo Rosinha, foi preso temporariamente.
Já Garotinho foi preso pela PF no último dia 16 de novembro. O ex-governador chegou a passar uma noite em Bangu, no Rio de Janeiro, mas foi solto no dia 25 seguinte, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelecer fiança de R$ 88 mil.
SEM DIPLOMA E CASSADOS
Suspeita de participação no esquema fez com seis vereadores não fossem diplomados pela Justiça Eleitoral em 19 dezembro do ano passado. Sem o documento, Jorge Rangel (PTB), Kellinho (PR), Linda Mara (PTC), Miguelito (PSL), Ozeias (PSDB) e Thiago Virgílio (PTC) não puderam tomar posse no dia 1º de janeiro e foram substituídos pelos suplentes Álvaro Oliveira (SD), Cabo Alonsimar (PTC), Carlos Canaã (PTC), Geraldinho de Santa Cruz (PSDB), Joilza Rangel (PSD) e Neném (PTB).
Além deles, os vereadores Jorge Magal (PSD), Roberto Pinto (PTC), Thiago Ferrugem (PR) e Vinícius Madureira (PRP), também suspeitos de participarem da compra de votos, foram afastados de suas funções na Câmara e substituídos pelos suplentes Roberta Moura (PR), Beto Cabeludo (PTC) e Josiane Morumbi (PRP). A posse de Thiago Godoy (PR) ainda será agendada.

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