(Publicado no Blog Opiniões)
CEM DIAS:
PARA AONDE VAI O GOVERNO DE RAFAEL DINIZ?
O prefeito
Rafael Diniz ganhou as eleições municipais de 2016, em Campos dos Goytacazes.
Não foi uma vitória burocrática ou simples, pelas circunstâncias políticas e
históricas, foi uma efeméride. Destronou uma bruta dinastia que exercitava o
Poder ao seu bel prazer e suas conveniências. Que, necrosada pelo uso indevido
do mando público, governava pela ganância, pela vingança e pela herança. É
justo que o jovem prefeito saboreie o triunfo por um tempo. É humano.
No próximo
dia 10, no entanto, a sua administração completa 100 dias de efetivo governo.
Os famosos “cem dias”, cuja origem nos remete aos cem dias do pífio segundo
reinado de Napoleão, depois do exílio na Ilha de Elba. Mas, aqui, na Planície,
é outro o filme. O novo governo veio ungido pela sagrada rebeldia popular, no
rito do voto. De uma só vez, o eleitor campista disse NÃO aos que se foram e
SIM aos que chegaram na carona do sonho de uma cidade “diferente”. O povo fez,
com louvor, o seu papel, cabe ao governo fazer o seu.
Desde então,
o prefeito recebe, mesmo sem pedir, muitos conselhos e muitos convites. Muitos
acham que têm a fórmula mágica de governar, sem causar estragos. Tantos são os
que querem soprar em seu ouvido o segredo de administrar, agradando a todos,
mesmo com as contas públicas estouradas. Faz lembrar o texto clássico do poeta
lusitano, José Régio, que viveu no primeiro século do milênio passado. Dizem os
versos:
“"Vem
por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me
os braços, e seguros
De que seria
bom que eu os ouvisse
Quando me
dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os
com olhos lassos,
(Há, nos
olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os
braços,
e nunca vou
por ali...(...)”
O prefeito é
a cabeça que se impõe “à frente e acima da tropa”. É republicano, cabe-lhe o
papel de escolher o caminho mais seguro para edificação de sua obra integral e
ter a exata noção que governar é transigir, a um só tempo, entre Deus e o
diabo. Não há gestões só de anjos e vestais. Quem vendeu este sonho, mentiu. Na
estrada há lagos e pântanos a serem vencidos. O cuidado é para sair, ao final,
sem nódoas. O diabo se esconde nos detalhes, nas inexplicáveis, mas
“necessárias” ações subalternas, tais como as eleições da mesa diretora da Câmara
Municipal; no controvertido resgate da Pátio Norte; em grandes heresias como a
exoneração das diretoras eleitas, democraticamente; no fatiamento do Poder com
quem tem o dever de fiscaliza-lo, os vereadores. Enfim, fazer o que dizia que
não faria. Deus reina no macro.
Volto ao
evangelho de José Régio:
“(...) Vem
por aqui”....
Querem
alguns que o prefeito repita o modus operandi do adversário vencido, que
expunha as vísceras dos seus inimigos, ao sol, na praça central da cidade.
Tolos! Esta prática foi rechaçada de plano. O prefeito venceu este modelo
próprio dos carniceiros. Repetir o contendor tombado seria o maior de todos os
equívocos. Portanto, ainda é cedo. É certo que jovem alcaide já cometeu
pequenos pecados, mas dá a entender que, ao final, no conjunto da obra, passará
com sobra. É acima do político, um homem de bem.
Mas que
ninguém se iluda, uma eventual derrocada do governo de Rafael Diniz não
implicará no ressurgimento de Garotinho e seu grupo, sobre quem pesam os
escombros da maior rejeição política da história contemporânea.
Pode ser que
tropece aqui e ali, pois é “caminhando que se faz o caminho”, pode ser que erre
mais um pouco até acertar a mão, mas, ao que parece, o prefeito leu o velho
Régio e prepara o seu grand finale, com o epílogo do poema quase centenário:
“(...) Não
sei por onde vou,
Não sei para
onde vou
- Sei que
não vou por aí!
Pra quem
está começando a caminhada, descartar o largo e fácil caminho da perdição, já é
um norte.
(FLF)
ESSE PREFEITO EU CONHEÇO COMO A PALMA DA MINHA MÃO, HOMEM CORRETO QUE JAMAIS COMETERÁ DESONESTIDADE, HONRA O NOME DO PAI SERGIO DINIZ.
ResponderExcluirFosse assim, não teríamos RPA nomeado em Março, ganhando mais que funcionário de carreira. alguma coisa não está batendo bem.
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