terça-feira, março 21, 2017

ASSALTANTE DO ÔNIBUS É RENDIDO NA PONTE RIO-NITERÓI E REFÉNS LIBERADOS

O DIA


Segundo testemunhas, bandido contou que também precisava de dinheiro para pagar a passagem até o local onde assinaria a condicional
21/03/2017 11:01:50 - ATUALIZADA ÀS 21/03/2017 12:05:30
JONATHAN FERREIRA
Rio - Ao anunciar um assalto ao ônibus 409M (Alcântara-Niterói), na manhã desta terça-feira, o bandido disse que precisava comprar leite para seus filhos. Trinta passageiros foram feitos reféns dentro do coletivo, na Avenida do Contorno, na subida para a Ponte Rio-Niterói. Segundo testemunhas, Jhon Lennon Silva Barbosa, de 25 anos, afirmou que foi solto da prisão nesta segunda e que precisava conseguir dinheiro para pagar a passagem até o local onde assinaria a condicional.
Além da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Polícia Militar e o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) também participaram da ação, que durou um pouco mais de uma hora. Durante a negociação, Jhon Lennon, que estava com uma arma falsa, pediu a presença da própria mulher no local. "Ele mesmo disse aos policiais que a arma era de airsoft [equipamento utilizado em alguns jogos]", contou o técnico em informática Maicon Firmo, de 24 anos.
"Depois que todo mundo desceu, o bandido pediu para eu e uma senhora ficarmos porque estávamos conversando com ele. Quando descemos, ele já estava desarmado e queria que a esposa subisse no ônibus. Ele disse que estava assaltando para pagar a passagem para assinar a condicional e queria levar leite para os filhos dele", lembrou Maicon. 
Segundo a estudante Fabiana Vidal, de 20 anos, o homem afirmou que "não queria machucar ninguém e não queria voltar para a cadeia". Na ocasião, a jovem estava sentada na parte traseira do ônibus. "É difícil, hoje em dia não podemos fazer nada, estamos reféns. Fiquei com medo de morrer, de ele matar todo mundo. Ele estava revoltado", reforçou.
Também técnico em informática, Felipe Rosendo contou que o bandido entrou no ônibus e chegou a pagar a passagem antes de anunciar o assalto. "Eu disse para se entregar, mas ele dizia que só faria isso diante da esposa e dos filhos. Mas antes disso ele 'tocou um terror', dizendo que atiraria se alguém entrasse no ônibus", completou Felipe, que percebeu que a pistola era de plástico.
De acordo com a assistente administrativo Eliane Malafaia, o suspeito percebeu que o motorista havia informado à polícia sobre o roubo. "A sensação que deu foi que ia ser um caso parecido ao que ocorreu no passado no Rio", reforçou a mulher, fazendo uma referência ao caso do ônibus 174. Naquela época, o coletivo foi sequestrado e uma refém foi morta no Jardim Botânico.

Porta-voz da PRF, José Helio Macedo confirmou que o motorista do coletivo fez um sinal para as equipes que estavam fiscalizando o trânsito por volta das 8h40. "Ele estava bastante nervoso, tentava esconder que a arma era de brinquedo", completou José Helio. "A gente contém a situação, faz isolamento e aguarda a chegada da negociação. É importante que a pessoa não reaja e, se possível, avise a polícia. Caso não seja possível, é melhor que não se coloque em risco. Mantenha a calma e não tente nenhum tipo de reação", explicou.

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