Uma doença
misteriosa chegou à Bahia. Pacientes aparecem na Região Metropolitana de
Salvador com dores fortes e com a urina de uma cor diferente. Os médicos não
sabem dizer se o que causou as dores foi um vírus, uma bactéria ou uma
intoxicação. No meio de tantas dúvidas, o G1 juntou o que
já sabemos sobre a nova doença que atingiu o estado nordestino.
Quais são os
sintomas da doença?
Nos boletins
divulgados, a doença é tratada como "mialgia [dor] aguda a
esclarecer". Os principais sintomas são dor muscular extrema,
insuficiência renal e urina da cor preta. De acordo com o infectologista
Antônio Bandeira, que acompanhou alguns dos casos em Salvador, é como se o
indivíduo "tivesse feito uma maratona em poucos segundos".
"É uma
lesão muscular aguda, então a quantidade de mioglobina que está dentro do
músculo acaba saindo e vai para a urina. Ela acaba dando essa cor de Coca-Cola.
Esse pigmento também tem uma ação nefrotóxica (tóxica para os rins)",
explicou.
Quantas pessoas
foram afetadas?
Até agora, de
acordo com a Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, foram 52 casos da doença.
O governo confirmou duas mortes. Um homem faleceu no dia 31 de dezembro que
apresentava os sintomas, no município de Vera Cruz. A vítima, no entanto, tinha
outros problemas de saúde, como hipertensão, e tinha uma idade avançada.
Nesta
quarta-feira (11), a segunda morte foi
confirmada. O óbito ocorreu no sábado (7), em Salvador. Não
foram divulgados os detalhes sobre o paciente.
Qual a região dos
casos registrados?
Todos os casos
foram registrados na região metropolitana de Salvador. Além da morte em Vera
Cruz, outro caso foi notificado em Lauro de Freitas, e 50 ocorreram na capital
baiana. Os registros foram contabilizados de 14 de dezembro a 5 de janeiro
deste ano.
Como está
caminhando a investigação dos órgãos de saúde?
Amostras de
fezes de nove pacientes foram encaminhadas para o Instituto Oswaldo Cruz
(IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro. O órgão é referência na análise de amostras
para identificar novas doenças. As análises estão em andamento, mas foi
orientada a necessidade de envio de amostras de soro e de urina para
prosseguimento da investigação. Não há um prazo para a entrega do laudo.
De acordo com a
Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, 44 pacientes tiveram resultado negativo
para infecção bacteriana.
Há, ainda, a suspeita
de que peixes consumidos na região tenham causado intoxicação. Por isso,
amostras consumidas por pessoas acometidas pela doença foram encaminhadas para
o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e para um laboratório dos Estados
Unidos.
Como é feito o
tratamento da doença?
Como não há uma
confirmação das causas, o tratamento é feito com hidratação e analgésico. É
importante que o paciente não tome anti-inflamatório para não piorar a situação
dos rins. O tempo para um quadro um pouco mais suave dos sintomas varia de três
dias até uma semana.
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