quinta-feira, julho 07, 2016

POLICIA FEDERAL NAS RUAS NA 32ª OPERAÇÃO DA LAVA JATO

A Lava Jato é o maior patrimônio da sociedade brasileira contemporânea. (Ricardo Boechat)

Leia no G1:


07/07/2016 06h33 - Atualizado em 07/07/2016 09h39

Polícia Federal cumpre mandados da 32ª fase da Operação Lava Jato

Operação mira atuação ilegal de banco panamenho no Brasil. 
Ação foi deflagrada em São Paulo, Santos e São Bernardo do Campo.

Adriana Justi e Camila Bonfim*Do G1 PR e da TV Globo em Brasília
Policiais federais estão nas ruas nesta quinta-feira (7) para cumprir mandados judiciais referentes à 32ª fase da Operação Lava Jato em São Paulo, Santos e São Bernardo do Campo. Foram expedidos 17 ordens judiciais, sendo sete conduções coercitivas, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 10 mandados de busca e apreensão.
A ação, batizada de "Caça-Fantasmas", é um desdobramento da 22ª fase, denominada de triplo X, e investiga crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e organização criminosa transnacional.
A atual fase identificou que o banco panamenho FPB Bank atuava no Brasil, sem autorização do Banco Central, com o objetivo de abrir e movimentar contas em território nacional e, assim, viabilizar o fluxo de valores de origem duvidosa para o exterior, à margem do sistema financeiro nacional.
Um dos mandados de condução é contra Edson Paulo Fanton, que é representante do banco panamenho que atuava no Brasil. A PF chegou ao prédio onde ele mora, no bairro do Gonzaga, um dos principais de Santos, por volta das 6h10. O investigado não ofereceu resistência e acompanhou os policiais até a sede da Polícia Federal, onde chegou por volta das 7h30.
G1 tenta contato com a defesa de Fanton.
Há indícios, ainda segundo a PF, de que o banco funcionava no Brasil como uma agência de private banking - uma espécie de serviço destinados a clientes milionários, normalmente com caráter individualizado.
A instituição também tinha como produto a comercialização de empresas offshore que eram registradas pela Mossak Fonseca - um escritório de advocacia e consultoria do Panamá suspeito de ter criado offshore para pelo menos 57 pessoas suspeitas de partiicpar do esquema de corrupção na Petrobras. A empresa foi citada na 22ª etapa da operação.
O nome offshore é dado a empresas abertas por pessoas e empresas em um país diferente daquele em que se reside, para aplicações financeiras e compra de imóveis. Ter uma offshore não é ilegal, desde que a empresa seja declarada no Imposto de Renda.
Os serviços disponibilizados pelo banco panamenho e pelo escritório Mossak Fonseca foram utilizados por pessoas e empresas ligadas a investigados na Operação Lava Jato. Segundo a PF, com isso foi possível concluir que recursos retirados irregularmente da Petrobras podem ter transitado pela instituição financeira investigada.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), foram identificadas 44 offshores constituídas pela Mossack Fonseca por solicitação dos funcionários do banco clandestino. Em documentos apreendidos na 22.ª fase, a instituição panamenha é apontada como cliente e constam como referência exatamente os funcionários do banco que atuam no Brasil.
O nome Caça-Fantasmas "remete, dentre outros aspectos, a um dos objetivos principais da investigação que foca na apuração de verdadeira extensão obscura da instituição bancária no Brasil, bem como a vasta clientela que utiliza de seus serviços e do escritório Mossak Fonseca para operações financeiras com características de ilicitude e de forma oculta", destacou a PF.
22ª fase
A 22ª fase foi realizada no dia 27 de janeiro deste ano e tinha como alvo apartamentos da empreiteira OAS que, segundo investigações, podem ter sido usados para repasse de propina do esquema de corrupção da Petrobras.
A ação mirou suspeitos de abrir empresas offshores e contas no exterior para ocultar propina. Entre os crimes investigados estão corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Oitenta policiais participam da ação.
Segundo a PF, a empresa Mossack Fonseca abriu offshores para esconder a propriedade de apartamentos de luxo em Guarujá, litoral de São Paulo, que eram da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e que, em 2009, foram assumidos pela OAS.
A suspeita incial era de que as unidades teriam sido usadas para repasse de propina. Um desses apartamentos está no nome da empresa Murray, uma offshore aberta pela Mossack.

*Colaborou: G1 Santos.
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