Independente de paixões partidárias, há que se reconhecer que o médico Arnaldo França Viana é, no momento, o nome de maior visibilidade eleitoral, em Campos. As mais recentes pesquisas realizadas no Município deixam esta constatação bem às claras.
Sua aliança política com o deputado estadual Geraldo Pudim, précandidato à prefeito pelo PMDB, interfere, diretamente, no processo eleitoral e provocará alterações na ordem de preferência do eleitor.
A decisão da executiva regional em desfazer o acordo que havia entre o PMDB e o PEN, segundo o qual, Arnaldo indicaria o nome de sua atual esposa, Edilene Silva, na vaga de vice, firmando coligação com o PDT, partido pelo qual, Caio Viana, filho de Arnaldo é candidato, não alterou o acerto entre Pudim e Arnaldo.
Em vídeo postado em seu mural, no facebook, Arnaldo convida seus aliados para a convenção do PMDB, hoje, 29, às 18h, no ginasinho do Automóvel Club, quando deverá fazer um pronunciamento sobre o novo quadro eleitoral.
Os demais candidatos aguardam, na arquibancada, o desfecho do imbróglio.
O pronunciamento de Arnaldo é aguardado por aliados e adversários e deverá ser um componente a mais para atrair as atenções para a convenção do PMDB.

Ex-companheiros na chapa vencedora da eleição municipal de 2000, Arnaldo e Pudim conversam no Rio (montagem: L. Gomes)
Na vida pública recente de Campos, ficou célebre a frase do deputado federal Paulo Feijó (PR): “Na política, só falta boi voar”. Hoje, talvez tenha faltado pouco. Por mais de cinco horas, entre às 14h e 19h, se reuniram no Rio de Janeiro o deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB) e o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PEN). O primeiro é pré-candidato a prefeito de Campos, o que o segundo também diz ser, embora nem ele mesmo tenha certeza (aqui) se terá condições jurídicas de disputar o pleito.
Embora nada de concreto tenha sido acordado entre os dois líderes políticos, as eleições municipais de Campos em outubro, a formação de suas chapas e coligações dominaram a pauta do debate:
— Do lado do PMDB, acho que o encontro se desenvolveu com muito pragmatismo. Do ponto de vista pessoal, foi também muito bom, porque podemos retomar contato, após alguns anos de afastamento. E Arnaldo é uma pessoa muito querida, não só para mim, como para a grande maioria dos campistas. Seu apoio mudaria o tabuleiro não só em Campos, mas também na política do Estado. Há possibilidade de coligação, mas nada ficou acordado. Vamos conversar até o final — disse Pudim, cuja convenção do PMDB está marcada para dia 29, na próxima sexta, um dia antes da convenção do PEN, dia 30.
Arnaldo e Pudim foram eleitos, respectivamente, prefeito e vice em 2000. Mas o marido e secretário da prefeita atual, Rosinha Garotinho (PR), nos tempos em que ele tinha cacife para se candidatar à presidência da República, rachou com Arnaldo em 2002 e forçou Pudim a fazer o mesmo.
Depois, um pouco antes da eleição municipal de 2004, na qual foi pela primeira vez candidato a prefeito, Pudim chegou a assumir, por decisão judicial, a cadeira de Arnaldo por um dia. Mas saiu no seguinte, pela mesma via, gerando uma das manchetes mais populares dos 38 anos da Folha, com base no slogan de campanha de quem acabaria perdendo aquela eleição no segundo turno: “Chegou Pudim, saiu Pudim”.
Apesar de insistir na sua pré-candidatura duvidosa pelo PEN, Arnaldo tem o filho Caio Vianna (PDT) liderando (aqui) as pesquisas de intenção de voto pela sucessão de Rosinha. No último sábado, dia 23, enquanto a convenção do PDT lançou (aqui) Caio candidato a prefeito com o vereador Gil Vianna (PSB) de vice, Arnaldo postou um vídeo (aqui) para tratar da sua ausência no evento, quando chegou a falar de “estelionato eleitoral”. O ex-vereador Marcos Bacellar (PDT) usou o mesmo termo para atacar o ex-prefeito, enquanto Caio preferiu contemporizar.
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