quinta-feira, junho 16, 2016

POLICIA RECONSTITUIU CRIME CONTRA ANALISTA JUDICIÁRIA

O DIARIO:


Polícia faz reconstituição da morte de analista judiciária

Delegado do caso afirma ter constatado novas contradições por parte do suposto mandante

Tatiana Freire

Passadas duas horas e 23 minutos, depois de apresentar diversas contradições e manter um comportamento absolutamente frio durante toda a reconstituição do crime, realizada ontem à noite, o guarda municipal Uenderson Mattos voltou a negar envolvimento no assassinato da esposa, a analista judiciária Patrícia Gonçalves Manhães Mattos, 41 anos. Entre 18h37 e 21h, ele narrou detalhes da sua versão sobre o ocorrido no último dia 13 de abril.

Ainda durante a ação da Polícia Civil, por volta das 21h15, antes da participação do suposto executor e de três testemunhas, o delegado responsável pelo caso, titular da 146ª Delegacia Legal (DL/Guarus), Luís Maurício Armond, confirmou que Patrícia foi executada com tiros à queima-roupa. "Existem pontos dúbios que procuramos esclarecer com esta reconstituição. Já tivemos muitos posicionamentos favoráveis hoje, mas ainda vamos avaliar as contradições", revelou Armond. Ele ainda esclareceu que a ação de ontem teve por objetivo analisar a dinâmica da execução. "Os fundamentos das prisões são outros. Uma questão é a investigação em si. Outro ponto são as dinâmicas", explicou.

O homem apontado como executor de Patrícia, Jonathan Bernardo Lima, estava no local do crime, dentro de uma viatura da Polícia Civil. Até as 21h30 ele não havia participado da reconstuição. Armond destacou que caso quisesse, ele poderia se manter em silêncio.

Versão de Uenderson será analisada

Durante sua reconstituição, Uenderson teria apontado o local exato onde estacionou o carro, um Spin preto, num ponto escuro, próximo a uma árvore e distante do local onde ele iria entregar o material de pesca ao primo, Marcelo, também guarda municipal, que estava de plantão no dia do crime.

O marido da vítima mostrou aos policiais civis e peritos que, depois de sair do carro, teria tentado visualizar o primo por uma janela de vidro e logo em seguida se dirigiu a uma porta que fica a aproximadamente 43 metros do ponto onde o carro estava estacionado. Como a porta estava fechada, ele continuou caminhando e deu a volta para entrar do outro lado do prédio.

A imprensa não teve acesso ao ocorrido depois que eles entraram na sede da Grupamento Ambiental da Guarda Civil Municipal (GCM). Passados alguns minutos, um policial civil simulou o disparo de dois tiros, num intervalo de dois segundos e, logo em seguida, Uenderson abriu a janela de vidro, olhou para o carro e correu em direção à primeira porta por onde tentou entrar. Marcelo, primo de Uenderson, foi ouvido no local do crime, como testemunha.

Crime ocorreu há dois meses

Patrícia foi executada com dois tiros (no rosto e na cabeça), dentro do próprio carro, um Spin preto, na frente do Grupamento Ambiental da Guarda Civil Municipal (GCM), onde funcionou a antiga Ceasa, no Parque Boa Vista, em Guarus, no último dia 13 de abril.
Num primeiro momento, Uenderson, que chegou a socorrer a esposa para o Hospital Ferreira Machado (HFM), teria contado que Patrícia havia sido vítima de um assalto. A versão foi logo descartada pela Polícia Civil. Desde o avanço das investigações, Armond disse trabalhar com  duas hipóteses para a motivação do homicídio: crime passional ou questão econômica.

Na reconstituição do crime, a Polícia Civil teve a cautela de recriar, o mais próximo possível, todas as características do local do crime no dia 13 de abril, desde o modelo do carro à iluminação.

Além do delegado, diversos policiais civis e peritos criminais participaram da ação. 

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