terça-feira, maio 17, 2016

ATÉ QUANDO?

Joyci, Ana Vitória e Cintia Cristina são mártires de um modelo de Saúde publica e privada que berra por uma reformatação.

É bem verdade que pacientes correm o risco de morrer em qualquer lugar e sob qualquer gestão. Seria insuportável, em meio a tanta dor e tanta indignação, partidarizar a relevante questão do atendimento à Saúde, reduzi-la à um debate eleitoral, passional, inconsequente Isso nunca.

Muito menos imaginar que qualquer gestor voluntariamente negligenciaria um atendimento de emergência, com alto risco de morte. Caso isso houvesse, não seria gestor, mas homicida.

Ocorre que os depoimentos de familiares que acompanharam o calvario das pacientes, cada qual no seu tempo, e as circunstâncias conhecidas, no mínimo, gritam que os hospitais, provavelmente, porque estavam cheios, se recusaram receber quem agonizava.

Eis  a carranca do sistema. Não estamos em meio a uma guerra, não houve qualquer fato que justificasse o transbordamento de internos nos hospitais, então, o que foi que houve? Porque houve algo grave, capaz de, guardando as características de cada um, num prazo de uma semana, provocar a morte de 3 pessoas.

A Policia vai investigar. É pouco. Policiais não dispõem de informações técnicas para instruir inquéritos, prerrogativa dos inatacáveis conselhos regionais de Medicina.

O fato é que Joyci, Ana Vitória e Cintia não podem ter morrido em vão.

O sistema de Saúde, que envolve as redes pública e privada e contratualizada, não pode pemanecer como está.

Porque com o que há, só nos resta contar e chorar os nossos mortos. Até que nossa passividade, já moribunda, morra de vez.


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