MAR DE BÍLIS
O rio sagrado clama para que junto com o ouro que percorre o mineroduto condutor da riqueza drenada do solo brasileiro seja conduzido em veia anexa o rejeito de sua exploração predatória e amoral para as nações beneficiárias. Para que a contrapartida seja mais eficaz em respeito aos que, além de espoliados do seu sangue arterial, permanecem obrigados a filtrar com os seus fígados, com os seus rins, com os seus pulmões, com o seu organismo depauperado o sangue venoso e mortal dos dejetos produzidos pelos sugadores de sua seiva vital.
Quem come a carne que roa os ossos.
Quem se empanturra com as nossas benesses que se chafurde em meio às suas fezes.
Quem se enriquece à custa da Terra Brasilis que se afogue no seu mar de bílis.
(JRonaldo, numa sexta feira negra de novembro de 2015 em que o Rio Doce se fez Amargo.)
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