quinta-feira, maio 07, 2015

SERVIDORES MUNICIPAIS EM MARCHA POR SEUS DIREITOS

"Emergiu o monstro da lagoa". Já não há mais amarras que contenham a insatisfação dos servidores publicos municipais de Campos. Esta quarta feira, 6, de manifestações deixou claro que o funcionalismo não vai abrir mão de suas conquistas trabalhistas, asseguradas pela Constituição. Não restará ao governo alternativa que não seja recuar de sua pretensão autoritária que obrigou os servidores a optarem entre o Plano de Cargos e Salários ou o reajuste anual, dois direitos garantidos por lei.

Veja matéria do JORNAL TERCEIRA VIA:

Servidores lotam frente da Câmara de Vereadores e sessão não acontece

Cerca de 300 manifestantes reclamaram da anulação do reajuste anual dos servidores públicos

Pelo terceiro dia seguido, servidores da Prefeitura de Campos realizaram uma manifestação contra a anulação do reajuste anual dos salários e a sessão que aconteceria na Câmara de Vereadores nesta quarta-feira (6) foi suspensa. Cerca de 300 manifestantes estiveram na frente da Câmara nesta tarde. Após a sessão da última terça (5), o presidente da casa, Edson Batista, concordou em ouvir representantes dos sindicatos durante a sessão desta quarta, mas não foi o que aconteceu. Muitos servidores chegaram ainda durante a manhã para fazer a inscrição e ter direito de falar na “tribuna livre”, mas na hora foram avisados que apenas os representantes dos sindicatos poderiam falar.

Enquanto os manifestantes alugaram um pequeno trio elétrico com dinheiro arrecadado em uma ‘vaquinha’, a poucos metros estava outro trio – bem maior – que tocava músicas de axé como “Largadinho” e “Tchubirabirom”. Na frente da Câmara era possível perceber a distinção entre dois grupos: um composto por servidores indignados que estavam com cartazes e uma faixa preta tapando a boca. Já o outro, com menos pessoas, que aplaudia as falas de quem elogiava o governo.

Por volta das 16h o trio elétrico maior foi ocupado pelos vereadores da situação e o presidente da Câmara, Edson Batista, abriu a “tribuna livre” sob vaias dos servidores. O vereador convocou uma representante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e um representante do Sindicato dos Profissionais e Servidores Públicos Municipais de Campos dos Goytacazes (Siprosep).

Tribuna Livre:
A representante do Sepe, Norma Dias, disse que o sindicato apoia o movimento dos servidores municipais e que a última proposta da prefeitura foi a escolha entre o Plano de Cargos e Salários e o reajuste anual. “O Sepe está aqui junto com todos e apoia a causa, nós entendemos que essa votação de anulação do reajuste anual é um golpe contra o trabalhador. Isso é um gasto fixo que a prefeitura já devia estar preparada, não é esmola”, disse a representante, enquanto era aplaudida.

Em seguida, o presidente da Câmara chamou o representante do Siprosep, Sérgio de Azevedo Almeida. Enquanto ele seguia para pegar o microfone, os manifestantes gritavam palavras de ordem como “vendido” e “não nos representa”. Durante a fala, o presidente do sindicato condenou as manifestações.

“Ninguém quer resolver nada, eles querem bagunça. Nós não aceitamos tumulto e estamos prontos para enfrentar qualquer um”, disse o presidente do Siprosep, referindo-se aos servidores que faziam a manifestação.

Durante a fala dele, os servidores desceram das escadarias da Casa Legislativa em uma passeata. Alguns representantes subiram no trio elétrico menor para dar a volta na Câmara. Após as palavras de Sérgio Azevedo, a “tribuna livre” foi encerrada, os vereadores da situação desceram do trio sem se pronunciar e o som do axé voltou a tocar por um instante. Enquanto os manifestantes rodeavam a Casa de Leis, o som do trio elétrico maior foi desligado, mas quando eles se aproximavam novamente, o som voltava a tocar e abafava as palavras dos servidores.

Manifestação seguiu:
Os manifestantes seguiram pela Rua Alberto Torres até a Praça da Igreja Nossa Senhora do Saco, onde o ato foi encerrado, por volta das 17h30. Representantes de diversas categorias falaram dos problemas.

“Querem colocar a população contra a gente, mas estamos falando de direito e não de favor. Eles falam da crise, mas a maior crise que existe em Campos e a de prioridades, porque nós servidores estamos na última posição de prioridades da prefeitura”, desabafou a professora Luciana Ecard.

“Estamos trabalhando sem receber nossas horas extras de direito. Temos funcionários que trabalham em dois setores ao mesmo tempo e estão sobrecarregados”, disse uma enfermeira do Hospital Geral de Guarus (HGG) que não quis se identificar.

“Trabalhamos na rua e não temos os equipamentos necessários. Quando chove, nós compramos capa de chuva e quando o sol está forte, nós gastamos com protetor solar. Eles não nos dão nenhum equipamento de trabalho. Temos direito a gratificações que não chegam pra gente”, contou a agente comunitária de saúde Érica dos Santos.

“Nós não somos baderneiros, como fomos chamados pelo presidente da Câmara. Não estamos arrumando confusão, só queremos nosso direito e ter condições mínimas de trabalho”, reclamou um representante da Guarda Municipal.

“Colocaram um bando de puxa-sacos para enfrentar a gente, quero ver enfrentar uma sala de aula com mais de 40 alunos e sem condições de trabalho”, bradou a professora Odisséia, ex-vereadora da cidade.

“Eu vim pra cá desde cedo porque eu queria falar em nome da minha categoria, mas as portas estavam trancadas, eles trancaram a casa do povo para o povo e não cumpriram o que haviam prometido”, disse a representante do Conselho Regional de Serviço Social, Eliana Monteiro Feres.

Os manifestantes afirmaram ainda que vão realizar novos atos contra a anulação do reajuste anual.

Um comentário:

  1. Deplorável atitude do presidentevda câmara.
    Lamentável um governo que ontem apenas ratificou seu desprezo pelos servidores ,sua faltasse educação quando coloca um som alto ,sua falta de disposição ao diálogo quando,com essecmrsmo dom alto,abafa a box dos que protestavam.E com esse mesmo sim alto em meio a 2 escolas(liceu e alpha),deu provas contundentes que educação não vale nada para eles .
    Passaram de todos os limites !

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