quinta-feira, outubro 02, 2014

CÂMARA DE SJB DISCUTE EROSÃO NO AÇU

Durante três horas, sociedade civil, ambientalistas e representantes da Prumo Logística Global, empresa responsável pela construção do Porto do Açu, participaram de uma reunião pública realizada pela Câmara de São João da Barra nesta quarta-feira (1º). O objetivo foi esclarecer dúvidas apontadas pelo vereador Franquis Arêas, que questiona se o avanço do mar e a redução da faixa de areia na praia do Açu seriam causados pelas obras do porto.

A Prumo apresentou o estudo “Sobre a evolução da linha de costa adjacente aos molhes do Terminal TX2 do Porto do Açu e a necessidade de transposição de sedimentos”, feito pelo professor Paulo César Rosman, do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ.  Ele explicou que o estreitamento do litoral no Açu não decorre da construção do empreendimento. “As imagens que mostro são resultado do que a natureza fez, e não vejo uma vinculação direta entre a retenção de areia ao Norte e a falta de areia ao Sul. Que há problema, há; que existe solução, existe; mas eu não sei qual é a causa precisa da erosão”.

O vereador Franquis disse que levantou a questão por notar a preocupação dos 1.400 moradores (segundo IBGE/2010) que temem perder suas casas. “Nunca disse que era culpa do Porto, mas acho estranho porque vários estudos já foram feitos mostrando que poderiam ocorrer diversos tipos de alterações. A orla do Açu é pouco urbanizada e tinha muita distância da praia. Agora, todo mundo espera por uma solução”, disse Franquis.

Também participaram do debate, o representante do INEA na região, Renê Justen; o professor da Uenf, Marcos Pedlowski e o historiador e ambientalista Aristides Soffiati. “O que está acontecendo na Avenida Litorânea é o avanço do mar e não, a construção de casas em locais indevidos”, disse Soffiati. “Dizer que a erosão não tem ligação com a obra do porto é errado porque vários relatórios de impacto ambiental previam isso”, destacou Pedlowski. O secretário Municipal de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcos Sá, também esteve presente e sugeriu a realização de novas reuniões sobre o assunto a fim de solucionar o problema.

Representando a Prumo, o gerente-geral de Sustentabilidade, Vicente Habib, informou que a empresa não tem um estudo específico sobre a causa da erosão e, que no momento, com base no trabalho feito pelo professor Rosman, ela não tem ligação com a obra do porto. “Mas isso não quer dizer que a Prumo vai virar as costas para a população. A empresa acredita no Açu, no porto e no desenvolvimento sustentável daquela região. A empresa tem interesse em participar dessa discussão, de ouvir a comunidade e buscar uma solução para esse problema”, destacou Vicente.  

– A empresa não pode nunca virar as costas para o nosso município porque o Porto só existe porque o calado é em São João da Barra. Quero que a Prumo olhe para esse problema no Açu, buscando uma solução. Não adianta uma ilha de prosperidade com os vizinhos sofrendo. Precisamos de estudos e, principalmente, ação porque o mar está em ação 24 horas por dia – concluiu o presidente da Câmara, Aluizio Siqueira. 





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Por: Assessoria de Imprensa da CMSJB
Fotos: Paulo Sérgio Pinheiro

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