quinta-feira, agosto 21, 2014

O CENETENÁRIO DO MEU PAI E A ESCOLA QUE O HOMENAGEIA

Esta escola municipal Anleifer Leite Fernandes, homenageia meu pai, fica na rua 9, no Km 5, Jardim Boa Vista e foi edificada na primeira gestão do então prefeito, Anthony Garotinho, início da década de 90, do século 20, quando era secretária de Educação municipal, a professora, Beth Couto.

Nesta quarta feira, 20 de agosto de 2014, meu pai, Anleifer Leite Fernandes, completaria 100 anos. Ele nasceu poucos dias depois de eclodir a 1ª guerra mundial. Contudo, foi um adorável pacifista. Convicto e ideológico.
Anleifer é anagrama do nome de seu pai, o pedreiro Antonio Leite Fernandes, imigrante português da região costeira de Espinho, que veio cedo para o Brasil, mais precisamente para o interior norte do velho Estado do Rio, onde conheceu minha avó Rosalina Ribeiro, uma moça tão bela quanto altiva. Olhos azuis, fregueses dos romances clássicos, gosto que ficou de herança para o jovem Anleifer.
Antonio morreu muito moço, vítima de uma doença infecciosa muito comum nas primeiras décadas do século 20, parece que tuberculose. Deixou viúva, Rosalina e além de Anleifer, mais dois filhos, Fernando e Jayme.
Minha avó casou-se de novo. Desta vez com um homem belicoso, poderoso, valente, de acordo com as circunstâncias, que usava o menino Anleifer em suas aventuras noturnas. Saía em seu cavalo muito bem arreado e meu pai era obrigado a segui-lo num velho burro, atrás. Na volta pra casa, madrugada alta, o seu padrasto trocava de montaria, colocava chapéu e paletó no menino assustado que passava, primeiro, nos prováveis locais de emboscadas. Era um teste de perigo.
Anleifer sobreviveu à tantas emboscadas quantas foram armadas, até tombar, vítima de um câncer aos 51 anos. Viveu o suficiente, no entanto, para marcar em nós, como tatuagem, sua presença.
Meu pai é personagem central de um romance que escrevo, no qual refaço os caminhos que o levaram a conhecer e se casar com minha mãe. É uma livre reconstituição de sua memória. Na verdade, um artifício de filho, um jeito de ficar perto deles.
Viva Anleifer, no seu centenário!.

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