Olá, todos.
O município de Campos dos Goytacazes, é rico, especialmente pelo seu acervo de arquitetura eclética, a que foi praticada entre o final do Século XIX e início do Século XX, no momento de transição da arquitetura Neo-Clássica e a arquitetura Moderna, esta última, de tão revolucionária em seus conceitos, formas e materiais, até os dias atuais é "citada", como termo, quando queremos mencionar algo de vanguarda, novo, avançado.
Voltando à arquitetura eclética, o acervo arquitetônico de Campos dos Goytacazes, não é valioso somente pelos seus exemplares, mas, também, por sua quantidade, segundo consta da informação à época do Plano Diretor Participativo de 2007, onde o município figurava como o segundo maior acervo arquitetônico (eclético) do estado do Rio de Janeiro, atrás somente da Capital do Estado, a cidade do Rio de Janeiro; algo que a essa altura dos acontecimentos não sabemos a quantas anda, haja visto os recentes "atentados" como os casos do Teatro Chacrinha (Av. Treze de maio, 222), o Prédio do Parque Alzira Vargas (R. Visconde do Itaboraí, 80) e o iminente descaso com o Prédio do Mercado Municipal (Praça Azeredo Coutinho, Centro). Todos os citados constam da lista de tombamento efetuado pela Resolução 005/2013 do COPPAM, publicada no Diário Oficial do Município, em 13 de Setembro de 2013.
Nesta categoria de ilustres desprezados e mal-tratados, o Hotel Flávio (Rua Carlos Lacerda, 45), figurante da mesma lista de tombamento do COPPAM, curiosamente com o número 10 (dez) - segundo reza a lenda do futebol, atribuído ao craque - aponta como a próxima vítima , - que infelizmente não é o título de filme, novela ou peça teatral - sendo dessa forma, mero figurante do espetáculo, cujo destino caminha para o infeliz desfecho da Casa Terra e de uma edificação próximo, que desabou, cujo endereço é Rua Carlos Lacerda esquina com rua Sete de Setembro, onde atualmente funciona um estacionamento rotativo, o mesmo uso atual da Casa Terra...será casualidade ? Nessas imediações, há muitos estacionamentos rotativos - vizinho do Hotel Flávio existe um em atividade - que parece ser o negócio dos sonhos, com pouco investimento, pouca necessidade de funcionários, nenhuma necessidade de especialização ou armazenamento de estoque, nenhum produto perecível... e que proporciona rendimentos razoáveis...nada contra a atividade, se pudesse teria o meu, mas quando isso envolve a história e memória urbana de um período de grande produtividade e ferfilhamento de riquezas diversas (culturais inclusive), enfim, o patrimônio público, é algo para ser pensado com mais responsabilidade. Por falar nela, a responsabilidade, como anda a do COPPAM, está "congelada" como no caso do Mercado Municipal ou, neste caso, ao contrário, está sendo eficiente? Ou aguarda a próxima vítima sucumbir ?
A expectativa, é que seja cumprido minimamente o que está disposto na Lei 8487/2013, especialmente no Artigo 6º, que trata das atribuições do COPPAM, para que tudo seja apenas uma miragem.
Abç.,
Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista
perito técnico
professor bolsista UENF
estavam ouvindo o programa de Carlos Cunha ontem por volta do meio dia, ele entrevistava um empresário campista que se desdobra para ajudar o asilo do carmo, fiquei espantado em escutar que órgãos como IFFAM e COPPAM vivem fiscalizando o prédio histórico ali instalado, e que esse prédio esta lotado de cupins, que a qualquer hora pode cair, isso é um absurdo, o asilo vive de doações e verba da prefeitura, não tem condições e nunca terá para reformar esse prédio, os órgãos competentes não fazem e ainda querem fiscalizar pra ver se o prédio continua la. ISSO É DE UMA IGNORANCIA TREMENDA, ESTÃO COLOCANDO O VALOR HISTORICO ACIMA DO VALOR DA VIDA, UM COMPLETO DESCASO COM A VIDA HUMANA, NAO SE PREOCULPAM COM OS SENHORES IDOSOS QUE VIVEM ALI COM RISCOS IMINENTES DE O PREDOA DESABAR E CAIR NO PREDIO EM ANEXO QUE MORAM, OU CAIR SOBRE QUEM PASSA PERTO, a mesma coisa essa velharia que esta na foto do centro, ninguém faz nada, e ainda querem que exista preservação, se tem risco de cair, que se tombe logo, mas tombe no chão, o que não pode é o valor histórico ser mais importante que a vida humana, seja em áreas publicas ou particulares, ninguém reforma, em especial os particulares, esses são chancelados como irresponsáveis, mas ninguém ve, que o lado deles é o pior, pois são proprietários legítimos de um bem próprio e acabam sendo penalizados por não achar compradores, já que comprador nenhum aparece pra comprar um PROBLEMA, onde ninguém é indenizado, ninguém é desapropriado, apenas são intimados pela justiça a reformar o patrimônio histórico em favor do coletivo, mas ninguém foi avaliar as condições das famílias, se as famílias tem condições de arcar financeiramente sem comprometer a renda familiar, se as famílias passam necessidades, enfim, ESTAO SOBREPONDO O HISTORICO A VIDA HUMANA, isso não é justo, isso é uma irresponsabilidade, devem ser penalizados os governantes.
ResponderExcluircomo nada muda, as coisas vao continuar assim, com casas e prédios velhos espalhados pelo município, desocupadas, caindo aos pedaços, pessoas reclamando, e nada se resolvendo, o certo pra um não é o certo pro outro, mas sempre se tem que avaliar primeiramente a vida humana, e comparada a VIDA, o histórico que se exploda, pois todo ficará velho, tudo passa tudo passará, e conversa fiada não poe comida na mesa, como essa tal de historia
na se pode reformar, pra se reformar tem que contratar UMA EMPRESA em restauração, ai sim é permitido, palhaçada, essa M.... vai cair e quem vai ser o responsável, ou melhor irresponsável, vamos pensar e parar de falso moralismo, uma boa escavadeira hidráulica e dois caminhões resolvem isso rápido e de uma vez por todas, antes que alguém se machuque ou até mesmo morra, HIPOCRISIA, ninguém faz nada, órgão nenhum faz nada, então que se resolva o problema logo
ResponderExcluirLamentáveis pensamentos como esses: "ESTAO SOBREPONDO O HISTORICO A VIDA HUMANA" ; "o histórico que se exploda"; "conversa fiada não poe comida na mesa" e "uma boa escavadeira hidráulica e dois caminhões resolvem isso rápido e de uma vez por todas." Inclusive, em outros momentos já debatemos isso por aqui, mas lamento novamente o nobre debatedor continuar em "oculto".
ResponderExcluirQuero dizer que a preservação do patrimônio histórico é de importância para a coletividade, gostem ou não, é assim no mundo inteiro, que inclusive já aprendeu a lidar com isso, criando instrumentos de gestão urbana como a Outorga Onerosa e a transferência do Potencial Construtivo, que estão presentes e disponíveis no Plano Diretor Participativo de Campos. Mas se posicionar como "vítima", ou "pobre coitado" ou "infeliz" ou "excluído do poder econômico", é o lugar comum, o modo mais fácil de transferir responsabilidades e tentar justificar a incapacidade de lidar com as possibilidades reais de inserção no mercado imobiliário para obtenção de renda, que podem conseguir se cobrarem do Poder Público a regulamentação destes instrumentos de gestão, para que se crie e movimente a carteira imobiliária deste segmento (imóveis tombados/ históricos). Como já disse em outra oportunidade, o que "enche a barriga" é o resultado do trabalho, se desejam ganhar dividendos na "sorte", joguem na loteria no jogo do bicho ou torçam para receberem uma herança de um "tio rico". O que não dá, é ficar com essa ladainha, choro de crocodilo, reclamando e se postando de "injustiçado"; criem uma associação e cobrem do Poder Público! Não esperem alguém fazer alguma coisa por vocês, antes de a retroescavadeira hidráulica entrar em ação, devem ser derrubadas as barreiras da ingenuidade, as muralhas do preconceito e da ignorância (falta de entendimento). O patrimônio histórico deve ser preservado, existem leis para isso, que hoje não sacrificam os proprietários, que justamente puderam reclamar em outras épocas, hoje, inclusive há possibilidade de redução até 80% do valor do IPTU, garantido pela Lei municipal 8487/2013. Se a vida humana realmente anda ameaçada, vendam os seus imóveis, eles têm mercado, e adquiram outros. Ou a ameaça a vida humana mencionada é mais um daqueles artifícios de apelo sentimental das fotonovelas mexicanas ?