SÓCIOS DE DEUS
Olho os médicos do outro lado da mesa.
Minha visão é de paciente e admirador.
Ainda na infância, improvisava sob a mesa da sala
O meu consultório e auscultava, aplicava injeções imaginárias,
Prescrevia receitas e ditava comportamentos.
Comecei a perceber que esta brincadeira
Era diferente das demais.
Naquela minha fantasia só havia a possibilidade de cura,
A doença não vencia nunca.
Logo a vida revelou-me suas armadilhas e cruezas.
Entendi que ser médico era muito grande pra mim.
Agora, quando a Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia
Completa 80 anos e mostra a trajetória de médicos
Que marcaram a história, fico aliviado por ter buscado um atalho.
Imagine, ter que ombrear-me com gigantes como Miguel Herédia,
Philipe Uébe, Barcelos Martins, para não falar de tantos outros.
Melhor mesmo ficar do lado de cá da mesa.
Imagine ter que andar vida afora
Consertando os defeitos de percurso
Da principal invenção do Criador.
Essa é a missão desses profissionais.
Hoje, sei que ser médico é ser sócio de Deus.
É grandeza demais.
(Homenagem aos médicos em um dos seus dias, que são todos, todas as horas, sempre, especialmente para os da família: Antonio Roberto e Fernanda Sobral e em breve, Maria Clara Fernandes. Texto de introdução do livro de comemoração dos 80 anos da Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia. Ano de 2001)
Faço parte desses contratatodos e me sinto muito humilhada diante dessa situação, pois nos fizeram de palhaços mesmo, fizeram este contrato nos dando o máximo de segurança na época, dizendo que teríamos dois anos de estabilidade, e que não estaríamos pegando o lugar de nenhum concursado, com isso fizemos planos e contas, uma vez que na maioria das pessoas assim como eu presumo tem sonhos, filhos e necessidades básicas para sobreviver, e agora quem vai pagar nossas contas? É justo ficarmos sem a única coisa que o pobre pode ter nessa vida, que é o nome limpo, coisa que para essas pessoas isso não tem o mesmo significado, seu dinheiro é tanto que basta um jeitinho que tudo conseguem a seu favor, mas nós o povo as coisas não são assim. É preciso que haja alguém, alguma alma humana, pessoa de coração para nos ajudar! Estamos falando de pessoas, com sentimento, com família, eu já me sinto tão desestimulada a ponto de sentir vontade de rasgar meu diploma de pedagoga que conquistei com tanto esforço, hoje me sinto envergonhada de ser professor nesse país onde a impunidade corre solta. Essa situação mexe com o emocional de todos da família, acabamos descontando nossas flustações em pessoas que só querem nosso bem, que é nossa família. Sinto-me depressiva e o que é pior sem ter condições de ir ao médico por conta dessa situação que nos colocaram. Quem vai pagar estes transtornos em nossa viva?
ResponderExcluirSinto- me usada, pois concursados não gera votos por isso à necessidade de nosso contrato, de propostas irresistíveis, pessoas largaram seus empregos por conta dessa mudança, pois não poderíamos ter nenhum outro vínculo empregatício na cidade. Até o momento era para todos nós um sonho, poder atuar em nossa área com todos os direitos de um professor concursado, isso que foi dito no dia do contrato que sem sabermos mudaria toda nossa vida, mas ninguém imaginava que para pior. Sentíamos-nos tão felizes que não conseguimos ver o óbvio, que estávamos fazendo parte de uma compra de voto indiretamente, é assim que me sinto hoje, uma pessoa que compactuou com a compra de voto na cidade.
Só me resta concordar com uma única coisa nesse governo que tanto me decepciona a cada dia: “tudo posso naquele que me fortalece” Esperarei pela justiça divina, uma vez que a dos homens nada faz.
Relato de uma professora da cidade de Campos dos goytacazes que ajudou a colocar essas pessoas sem coração no poder infelizmente.