terça-feira, dezembro 20, 2011

CARTA À IMPRENSA, PELA REITORA DO IFF, CIBELE DAHER

Carta ao Conselho Superior e à Comunidade do IFF e à Comunidade em Geral

O Instituto Federal Fluminense, esta instituição que tem um compromisso tão forte com a educação como alternativa de inclusão social passou pelo seu primeiro processo eleitoral para a escolha de seu Reitor(a) para os próximos 4 anos.
Oriundo da antiga Escola Técnica Federal de Campos, em 1999 transformada em CEFET Campos vivenciou durante as últimas semanas um Processo Eleitoral intenso com o objetivo de que toda a comunidade do IFF pudesse ter o direito de escolher os seus candidatos a Reitor/a e a Diretor/a Geral de três câmpus o câmpus Campos Centro, o câmpus Macaé e o câmpus Bom Jesus.
Para que este Processo pudesse transcorrer da melhor forma possível e conforme estabelecido pelos princípios democráticos e republicanos que sempre nortearam esta instituição de ensino, foram seguidos todos os trâmites legais necessários.
A nossa candidatura à Reitoria para dar continuidade a um processo por nós iniciado de implantação do Instituto foi sempre com o apoio das comunidades de todos os nossos câmpus que reconheciam a condução de nosso trabalho e a nossa luta tão grande pela igualdade de tratamento e pelo fortalecimento de todos os nossos câmpus a favor de um Instituto cada vez mais reconhecido e melhor.
No entanto, após estas semanas que culminaram com os resultados que hoje serão homologados é minha obrigação esclarecer a este Conselho Superior, que é o Conselho Máximo desta instituição os fatos graves e de profundo desrespeito ao trabalho sério e comprometido com a democracia que sempre desempenhamos no cargo de Diretora Geral e Reitora e também como servidora pública.
O Processo Eleitoral do IFF teve a sua condução definida sempre junto a este Conselho Superior e assim, cabe a mim como candidata, em meu nome e em nome da professora Guiomar Valdez, Pró-Reitora de Desenvolvimento Institucional, candidata à Diretora Geral do câmpus Campos-Centro, prestar esclarecimentos necessários à correta interpretação de fatos ocorridos no decorrer do Processo Eleitoral e que demonstraram o quanto a disputa acirrada por poder tem colocado a nossa instituição refém de interpretações que não condizem com o trabalho aqui desenvolvido.
Por isso acho muito importante esclarecer estes fatos ocorridos durante o processo, e, em especial o último deles, a questão da impugnação da urna que continha votos de estudantes do campus Campos Centro do IFF.
Algumas ações que vivenciamos neste processo eleitoral muito incomodaram a toda a comunidade do IFF, e os momentos de agressividade e de condução pela candidatura contrária foram, a todo momento, questionados pelos diversos câmpus de nosso Instituto e ao longo do processo, acreditando na lisura e na condução da Comissão Eleitoral eleita para este fim, evitamos fazer questionamentos. A nossa preocupação enquanto candidata ao pleito foi a de defender da melhor maneira possível as nossas idéias perante a comunidade do IFF.
Mas não há como não registrar acontecimentos que passamos agora a relatar e que gostaríamos que este Conselho Superior tivesse conhecimento e também que ficassem registrados na Ata de homologação do resultado das eleições, sobre a eleição de Reitor, em especial.
  1. Durante todo o processo eleitoral foi ostensiva a utilização pela candidatura contrária de pessoas de fora da instituição, “alunos profissionais” que na campanha em todos os câmpus e também no último dia durante a ação de boca de urna, de forma agressiva acuavam os estudantes e servidores da própria instituição;
  2. Na data do pleito, dia 14 de dezembro,permanecemos no câmpus Centro junto à candidata Guiomar Valdez, quando fomos alertados por fiscais da professora Guiomar Valdez de que havia mais de uma lista de alunos, com indícios de votação em duplicidade, uma vez que as listagens de alunos da responsabilidade do câmpus Centro não tinham sido apresentadas por ordem alfabética, o que garantiria que todos os alunos aparecessem numa única lista.
  3. Diante disso, enviamos à Comissão Eleitoral um requerimento solicitando providências ainda na tarde de 14 de dezembro mas não recebemos nenhuma resposta. Tivemos também várias denúncias de que as listagens de estudantes do câmpus Centro teriam sido disponibilizadas ao vereador Kelinho, ligado ao ex-prefeito de Campos Garotinho, e que o mesmo teria feito contatos telefônicos com vários estudantes pedindo votos para a candidatura de Luis Augusto a Reitor e Jefferson a Diretor e também encaminhamos documentos a Comissão Eleitoral para que fossem apuradas estas denúncias, uma vez que o regulamento proibe isto.Não recebemos qualquer comunicação da Comissão Eleitoral sobre a questão.
  4. Uma vez finalizado o pleito, fomos acompanhar as apurações no Ginásio de Esportes do câmpus Centro do IFF que primeiro teve a apuração para Diretor Geral de câmpus e na qual foi eleito o professor Jefferson Manhães de Azevedo, sendo que logo depois após terem chegado as urnas dos demais câmpus do IFF foi iniciada a apuração para Reitor/a.
  5. Já pela madrugada, acompanhamos o trabalho de apuração pela Comissão Eleitoral Central, que deciciu que ela mesma faria a apuração, e já neste momento, foi anunciado pela Comissão Eleitoral que havia um problema com os votos de urnas dos estudantes do câmpus Centro, sendo que havia um acréscimo de 50 votos que não estavam presentes nas listas apresentadas. Estes 50 votos passaram a 70 votos, depois a 90 votos e também foram detectados que havia acréscimos na listagem a mão e sem a autorização da mesa receptora, de sete pessoas.
  6. Diante da demora na apuração e do cansaço de todos os presentes fizemos uma sugestão por meio de nossos fiscais de que fossem apuradas então as urnas de servidores técnico-administrativos e de docentes e que se deixasse a apuração dos estudantes para depois já que havia o problema que não tinha ainda sido resolvido.
  7. Apuradas as urnas de servidores e de docentes chegou-se a um número que poderia ser lido como um empate técnico, com a vantagem de um pequeno percentual para a nossa candidatura.
  8. Ao se voltarem à resolução do problema das urnas do câmpus Centro de discentes, dois problemas aconteceram: um porque a Comissão Eleitoral surpreendentemente juntou todos os votos destas urnas, que eram em número de três, sem fazer a verificação de cédulas com as listagens; outro porque uma vez isto feito, ao detectarem que havia discrepância primeiro de 50 votos, depois de 70 votos, depois de 90 votos não havia mais condições de se detectar em qual das urnas estava localizado o problema, o que gerou também um outro impasse, a se anular teria que ser todos os votos e não apenas aqueles da urna comprometida.
  9. O procedimento determinado pela Comissão Eleitoral foi o de conferir a listagem toda de novo, em presença de fiscais das duas candidaturas, e aí se chegou à conclusão que o número de cédulas batia com a listagem, que o problema era da listagem mal feita e sem espaço para a verificação;
  10. Não compreendendo como antes, no início da apuração se proclamou que havia uma diferença de 50 votos, depois de 70 votos, constatação que foi feita pela própria Comissão Eleitoral o que depois se transformou em apenas sete votos que não constavam na lista e que nem foram autorizados pela mesa receptora, fizemos mais uma vez um recurso solicitando que a Comissão Eleitoral impugnasse a urna com problemas;
  11. A Comissão Eleitoral se reuniu, e decidiu por unanimidade que iria impugnar a urna de votos de estudantes do câmpus Centro e que procederia à contagem de votos das demais urnas dos outros câmpus.
  12. Em ato contínuo, o professor Jefferson Manhães de Azevedo em todos os momentos atuando como representante de Luiz Augusto incitou todos os estudantes do câmpus Centro ali presentes a invadirem a Reitoria do IFF porque a Reitora estava contra os estudantes e não queria que os votos deles fossem contados.
  13. Mais uma vez, com a participação dos “estudantes profissionais”, a Reitoria foi invadida, desrespeitada, arrombaram portas, roubaram a pasta que lá estava com cópias de todos os recursos que entregamos à Comissão Eleitoral e apoiados pelo professor Jefferson Azevedo, os estudantes impuseram à Comissão Eleitoral a contagem destes votos, mesmo depois de a Comissão Eleitoral ter sido unânime de que isto não seria possível por causa das discrepâncias e indícios de fraudes com a votação.
  14. Foram então chamados pela Reitoria com o obejtivo de apoiar a Comissão Eleitoral o Procurador Federal e o professor Hélio Gomes representando o Conselho Superior, que por sua vez decidiram acionar a Polícia Federal para se tentar resolver o impasse da invasão da Reitoria e, também para se fazer a conclusão da apuração, e, como parte da negociação, uma mesa foi estabelecida com a participação da Polícia Federal, do Presidente da Comissão Eleitoral, de membro do Conselho Superior, do Presidente em exercício do Conselho Superior, do Procurador Federal, do Presidente do Grêmio Estudantil e de representação jurídica do SINASEFE, para com a participação dos dois candidatos se fizesse um Acordo para que a urna, antes impugnada pela Comissão Eleitoral, fosse apurada. E concordamos com a apuração dela apesar de tudo o que relatamos. Também foi acordado pelos estudantes que caso não se apurasse, novamente e Reitoria seria invadida até que isto acontecesse.
Bem, concluindo, quero apenas reiterar junto a este Conselho Superior que desejo que o resultado das eleições seja homologado. O que rogo à Presidência da Comissão Eleitoral eleita e de posse das prerrogativas que a legislação lhe impõe e também a este Conselho Superior é que façam constar em Ata todo o ocorrido neste pleito eleitoral. Esta é a verdade dos fatos e que solicitamos que seja tornada pública. Não podemos continuar a ser acusados de golpe quando na verdade, as ações ocorridas é que demonstram a truculência de nossos adversários.
Repito, assim como o fizemos em vários de nossos debates que em nossa trajetória de serviço público, de 35 anos, 34 foram dedicados a esta instituição de ensino, e como tal, sempre tivemos compromisso com a verdade e com a lisura e por isso não podemos admitir que aqueles que me sucederão por um desejo de apagarem a minha história de educadora e de implantação deste instituto federal, queiram inverter a lógica dos fatos e atribuir a mim ofensas pessoais que não condizem com a verdade.
Aproveito ainda para dizer a este Conselho Superior que tenho tido a honra de ter inúmeras manifestações de solidariedade de inúmeras pessoas de todos os câmpus do IFF e também da sociedade que sei que torciam pela nossa eleição. E que também represento com este documento os servidores e estudantes de todos os câmpus do Instituto Federal que nos apoiaram ( 1934 estudantes, 265 técnico-administrativos e 251 docentes de todos os nossos câmpus) e que esperam de nós uma condução firme e corajosa neste momento e que precisam seguir em frente, certos de que mesmo com os percalços a luta vale a pena e que não devemos nunca desistir dos princípios e dos sonhos que temos.
Cibele Daher Botelho Monteiro – Reitora do IF Fluminense

2 comentários:

  1. Aí Fernando, nada a ver com o assunto, vai ai a minha preocupação: Fizeram uma meia agua pro papai noel em cituação de risco; vamos acabar tendo que dar uma daquelas casinhas do eldourado pra ele!!!
    Voce é criativo, vale a pena um post...

    ResponderExcluir
  2. Fernando publique a carta da Comissão Eleitoral Local, ele é bastante elucidativa. Está no endereço: http://www.iff.edu.br/campus/campos-centro/arquivos/carta-esclarecimento%20Jonivan.pdf

    ResponderExcluir

Deixe sua opinião