HORA DE JUIZO E EQUILIBRIO

Acho discutível um ato público, em Campos, em “defesa” da lei atual de partilha dos royalties do petróleo, no momento em que as bancadas dos estados não produtores se mobilizam para derrubar o veto do ex-presidente Lula à emenda Ibsen/Simon que sangra as receitas dos Estados e Municípios produtores.

O campo ideal da ação política, neste momento, é o Congresso Nacional, cenário próprio para um acordo, com intervenção direta da presidenta Dilma, que é herdeira do compromisso de Lula para conosco e as indispensáveis salvaguardas jurídicas: as Ações Diretas de Inconstitucionalidades – ADINs – no Supremo Tribunal Federal.

Atos públicos são teatros ideais para bravatas inadmissíveis no tempo presente e terreno fértil para a beligerância baldia. Um exemplo ainda latente para nós de Campos, foi a arregimentação pública em defesa da instalação, aqui, do COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – que acabou instalado em Itaboraí. Fomos preteridos quando tínhamos todas as condições estratégicas e naturais favoráveis. O que nos faltou, na época, foi habilidade política.

Mas, enfim, o Poder Municipal, cuja morada é o palanque, já conclamou a todos e de forma maniqueísta impôs, pela mídia adestrada o discurso raso: quem vier à praça é a favor de Campos, quem não vier é contra.

Felizmente, a população percebe que o comício marcado para esta sexta feira tende a se esgotar nele mesmo. Nessa hora, as lideranças responsáveis devem se articular com seus pares mais influentes para conseguir o melhor resultado para o coletivo (veja matéria logo a seguir, do repórter Jeferson Ribeiro). A hora é de juízo e equilíbrio.