quarta-feira, agosto 17, 2011

ENQUANTO QUEIMA A CANA


Não há um argumento que justifique a queima
 Para compensar a violência das queimadas nos canaviais, um grupo de biólogos, liderado pelo professor Marcos Buckeridge, diretor do Laboratório de Ciência e tecnologia da USP, propõe o plantio intercalado de florestas com a cana para reduzir o impacto da emissão de carbono.

O ideal é que a medida constasse do texto da lei que, inacreditavelmente, autoriza a queima até 2024. Pelo menos, a sociedade, vítima da agressão ambiental do fogo, teria uma mínima compensação. Mas, como sempre os barões do setor reagirão com a má vontade secular.

Confira matéria da Folha de São Paulo:

FLORESTA INTERCALADA A PLANTAÇÕES DE CANA REDUZ EMISSÃO DE CO2
Sabine Righeti
O Brasil precisa ter áreas significativas de florestas ao redor das plantações de cana para ter mais eficiência no sequestro de carbono.
Essa é a conclusão de um grupo de cientistas liderado pelo biólogo da USP Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia.
Em artigo aprovado pela revista Global Change Biology Bioenergy, ele e colegas afirmam que áreas florestais intercaladas com a cana, técnica batizada de caminho de meio, reduziria o impacto da produção quanto às emissões de carbono.
Isso aconteceria principalmente onde ainda são feitas queimadas após a colheita.
EMISSÕES
Hoje, 75% das emissões de carbono do Brasil vêm da atividade agropecuária.
A cana consegue absorver cerca de 7,4 toneladas de carbono por hectare a cada ano.
Em média, estima-se que a plantação emita 800 kg de carbono a mais por ano do que é capaz de absorver, por causa das emissões do transporte e da queima.
As florestas absorvem 17 vezes mais: 140 toneladas ao ano. Essa taxa é ainda maior nas florestas mais novas (de até 30 anos) e em fase de crescimento.
Os pesquisadores querem agora a área de floresta necessária para reduzir os impactos da produção.
Vamos levantar quantas florestas ainda existem na região dos canaviais de São Paulo para ver quanto mais teríamos de plantar, afirma Buckeridge.
Ele participou de um evento internacional da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) sobre Bioetanol, que vai até amanhã, em Campos do Jordão (SP).
O biólogo quer calcular quanto carbono é armazenado por esses fragmentos de floresta e analisar os benefícios que a presença de áreas florestadas podem trazer ao cultivo.
Esse trabalho será feito em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e deve ficar pronto em dois meses.
É uma pena não termos os dados antes da votação do Código Florestal [que tramita no Senado].
O novo código prevê a redução de áreas florestais para aumentar atividade agropecuária em regiões como margens de rios.

Um comentário:

  1. Minha casa é uma eterna fuligem.
    Acabo de varrer e as malditas surgem novamente.
    Problemas respiratórios são frequentes em decorrencia desta aberração feudal.
    Tivesse eu a saúde afetada por esta poluição a mais, sem dúvida que entraria na justiça para que meu tratamento fosse pago pelas usinas.

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