CHAVEZ VIRÁ TRATAR O CÂNCER NO BRASIL

BRASÍLIA - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aceitou o convite do governo brasileiro para receber tratamento médico contra um câncer no Brasil, afirmou uma fonte do governo à agência de notícias Reuters. Segundo essa fonte, Chávez deve receber tratamento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas ainda não há previsão de quando chegaria ao país, o que depende de avaliação médica.

Oficialmente, o governo brasileiro não nega nem confirma a informação. Fontes do Palácio do Planalto apenas afirmam que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, está em Brasília, onde teve encontros nesta quarta com a presidente Dilma Rousseff e com o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

No início da tarde, a estatal Agência Brasil noticiou que Dilma aguardava para esta quinta-feira uma reposta sobre a proposta feita ao venezuelano.

O presidente disse na quarta-feira em entrevista ao canal estatal VTV, em Caracas, que talvez precise de radioterapia ou quimioterapia para "blindar o corpo dessas células malignas". Segundo ele, o tumor retirado em Cuba tinha o "tamanho de uma bola de beisebol".

O estado de saúde do presidente, de 56 anos, ainda é cercado de mistério. Ele foi submetido a uma cirurgia de emergência em Cuba, em 10 de junho, e a outro procedimento posterior para a remoção de um tumor cancerígeno. Não se sabe, por exemplo, que tipo de câncer ele tem. Especula-se que seja no cólon, mas o governo nega.

Sua ausência na Venezuela, onde está no poder desde 1999, despertou dúvidas sobre o futuro imediato da política no país e repercutiu na comunidade internacional, forçando Chávez a fazer uma declaração à nação em 30 de junho , quando quebrou o silêncio de mais de 15 dias. Na ocasião, ele confirmou os rumores de que tinha câncer por meio de uma mensagem gravada e transmitida desde Havana.

Mais magro, ele voltou de surpresa à Venezuela na madrugada de 4 de julho, véspera das comemorações do bicentenário da independência venezuelana. Se ele vier ao país, de fato, não será a primeira vez que um presidente estrangeiro é submetido a tratamento contra o câncer no Brasil.

Fonte: O Globo, Reuters