terça-feira, maio 10, 2011

BALCÃO DE NEGÓCIOS



Quando imperava no Brasil a escravidão, homens e mulheres trazidos da África eram comprados por negociantes, numa pratica comercial conhecida como resgate e vendidos aos senhores e senhoras da sociedade.

Era uma atividade fisiológica. Os escravos valiam por sua força física, sua capacidade de trabalho. Era essa a moeda da época.

No entanto, os negros cativos reagiam culturalmente, clandestinamente, não se deixavam dominar completamente e sua herança é a maior prova disso, na música, na literatura, na gastronomia, na religião. Eram cativos, mas eram altivos.

Tanto assim que fundaram quilombos e muitos deram a vida à causa da liberdade de seis iguais. Vieram leis sucessivas que primeiro libertaram os recém nascidos, depois os sexagenários, depois proibiram o tráfico e por fim, instauraram um tempo novo, com a abolição da escravatura.

Os tempos são outros, mas dominadores e dominados se sucedem, com algum refinamento. A moeda do tempo presente é a informação, a opinião. Somos uma aldeia global, como ensinou McLuhan. Os grandes e modernos senhores estão de olho nos operadores da notícia e fazem ofertas sedutoras aos capitães da mídia.

O comércio dos novos escravos grassa nas pequenas e grandes vilas da ilha de Vera Cruz. Os compradores não mais avaliam os dentes das peças, mas a língua.

As compras são feitas, muitas vezes, com dinheiro público, da sacola da viúva. A diferença é que os escravos modernos, via de regra, se entregam de corpo e alma e não querem nem ouvir falar em libertação.

Um comentário:

  1. A gde diferença é que os escravos de ontem REFLETIAM E TINHAM AMOR PRÓPRIO ,e por isso, se libertaram enqto os de hoje são imediatistas e preferem a ilusão de vida nababesca para si, e a manutenção do ¨status quo¨,à deixar uma cidade mais habitável para seus filhos e netos que, certamente, morarão em bolhas para se protegerem de uma horda que seus pais ou avós ajudaram a criar por possuirem neuronios de menos e ganancia demais .

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