sábado, maio 07, 2011

AO VALENTE POVO DE SÃO JOÃO DA BARRA

A prefeita de São João da Barra, Carla Machado é uma mulher admirável. Não vou cair na vala comum de compará-la a poeta Narcisa Amália, outra vanguardista sanjoanense que viveu no século XIX. Cada uma no seu tempo, com suas virtudes e defeitos.

Narcisa e sua poesia intimista são uma unanimidade, Carla, não. Há contra a prefeita a necessária oposição. Há contra ela o nariz torcido dos intelectuais, aqueles que nunca fazem nada porque morrem de medo de errar e adoram apontar os defeitos de quem faz. São os que atravessam a vida deitados na sua irretocável inutilidade.

Carla foi vereadora em uma época em que vitórias eleitorais de mulheres, não só no Brasil, mas, sobretudo, num pequeno município costeiro do interior do Estado, eram incomuns. Revelavam-se feitos extraordinários que contrariavam a lógica machista e conservadora da época. Pois além de vereadora, foi presidente da Câmara e liderou seus pares com firmeza e equilíbrio. Uma mulher interiorana chefe de um Poder.

Para tanto não contava com tradicionais padrinhos políticos, patrocínios de bancos oficiais e nem programas de Rádio. Contava tão somente com sua teimosa obstinação em ganhar e com a sola de seus chinelos.

No entanto, desafio ainda muito maior estava por vir. Nas eleições de 2004, longe do Poder, isolada politicamente, ousou disputar a sucessão municipal contra duas máquinas que se juntaram: uma administrativa e outra financeira. O empresário Ary Pessanha, um dos mais bem sucedidos da região, foi o candidato oficial do prefeito de então, Betinho Dauaire, adversário de Carla. Parecia um jogo vencido antes de ser jogado.

Os analistas políticos consideravam as eleições, em São João da Barra, resolvidas. Alguns de seus apoiadores o faziam por desencargo de consciência e comentavam entre si que era uma luta perdida. O resultado era absolutamente previsível. Ganharia o óbvio, o lógico, mas a população transgrediu as convenções e decidiu contar a história ao seu jeito. Deu Carla.

Agora por motivos inconfessáveis o deputado Garotinho virou suas armas de guerra contra a Prefeita, quer porque quer se imiscuir na política de São João da Barra e apontar o seu ungido. Se lá, um vereador decide apoiar a prefeita é o fim dos tempos, se o mesmo acontece aqui, á menos de 40 quilômetros de distância, é uma efeméride. Vereador adesista lá é vilão, aqui é virtuoso.

O que está por trás desta guerra surda contra a prefeita? Até as pedras velhas do cais sabem. São João da Barra não é mais aquela bucólica cidade, no delta do Paraíba, de casario marcadamente influenciado pela colonização portuguesa, quase uma vila ainda quando o século XX já se despedia. Hoje a cidade é a sede do maior Porto das Américas, de orçamento privilegiado. Para os profissionais da Política isso é o que interessa, o resto é pano de fundo.

É hora do povo sanjoanense assumir de novo o centro da cena política e resolver por sua conta o seu destino. Como fez em outras ocasiões. Como fez em 2004 soberanamente.

7 comentários:

  1. Fernando você só esqueceu de pontuar que quem apoio Carla Machado em 2004 foi Garotinho,e todos sabemos quem a elegeu tbm né..

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  2. Caro blogueiro,

    Permita-me expressar minha opinião:

    Houve uma pequena omissão na história da prefeita.

    É verdade que a questão de gênero, em uma cidade, região e país como o nosso é muito importante.

    Nesse sentido, a trajetória é singular e merece destaque.

    O problema é que o gênero não resolve outra contradição grave, que, infelizmente, atormenta as mulheres que chegam a tais posições.

    Ao invés de estimularem e implementarem um jeito próprio de governar, com soluções inéditas associadas ao ineditismo da condição do seu gênero(feminino) no poder, a prefeita, assim como sua colega daqui de nossa cidade, imitam os homens, e o fazem pelo pior lado. Para ter mulheres com "cacoetes" machistas no poder, é melhor ter homens, soa mais original, pelo menos.

    Veja que o modelo de gestão da prefeita sanjoanense em nada modificou as estrutras de poder, nem os graves problemas que elas acarretam.

    Na atração de novos investimentos, está ali de novo a faceta subserviente da mulher, que serviu se "adorno" ao poderoso "xeique". Uma espécie de "deslumbramento provinciano", como se o "outro" trouxesse, enfim, o "sopro civilador".
    Ficou mais parecido com "pocahontas".

    Faltou dizer também, caro blogueiro, que a chegada ao poder pela prefeita se deu sob as bençãos do seu arqui-inimigo de agora, outro traço bem machista da política local: o apadrinhamento e a briga, logo após, pelo motivos que todos nós estamos carecas de saber.
    Se é verdade que ela enfretou "a máquina" financeira e política, do outro lado se serviu da "maquina" eleitoral, poderosa e eficiente dos seus, então, amigos da lapa.


    Em tempo: a detração da atividade intelectual, cobrando-lhe uma correspondente ação para suas proposições ou críticas a realidade é um contrassenso para alguém intelectual como você.

    Cada coisa em seu lugar: quem se candidata ou se coloca à disposição para exercer cargos públicos deve fazê-lo e se submeter as críticas e questionamentos de quem está ali, justa e democraticamente, para fazê-las. Esse é o ônus do poder.

    É a dúvida e a crítica que geram conhecimento. Fazer por fazer iguala a humanidade aos seus pares sem raciocínio.

    Assim, eu não acredito que os gestores façam por fazer(eles sempre pensam), e nem que os "intelectuais" pensem por pensar, pois suas dúvidas alimentam a democracia, ainda qie estejam desvinculdas de gestos administrativos ou ações "concretas".

    Não há separação possível, para o homem, entre fazer e pensar, a não ser, como disse, para realizar as ações que nos equiparam a outros animais, mas isso não é o caso aqui.

    Um abraço.

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  3. A bela vitória de Carla em 2004 se deu entre outras coisas por sua Obstinação, Garra, Vontade de Vencer.... contra a Prepotência Financeira do Sr Ari (tudo posso com o meu dinheiro) aliado a preguiça Administrativa do Prefeito à época, que verdade seja dita não gosta de trabalhar. Mas como a política é como nuvem, tudo é possível!!!

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  4. Concordo com o Douglas qdo comenta sobre a questão de gênero.A gde maioria das mulheres que ascendem ao poder ao invés de imporem suas marcas , COMO MULHERES, ou seja, MUDAR A FORMA DE AGIR DO GOVERNO , copiam o que NÃO DEU CERTO em todas as suas mazelas , QDO NÃO ENTREGAM SEUS DIPLOMAS TRAINDO SEUS ELEITORES.

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  5. carlinhos j.carioca8 de maio de 2011 às 19:36

    É bom frisar que em 2004 o garotinho pertencia ao mesmo partido da Carla,apoio como,se ele nem apareceu por lá?Falo com base pois na época eu tinha um imovel em Cajueiro e votava em SJB.Ela em seu discurso jamais citava esse "menino".Isso é fato!

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  6. Esse nhenene do DA MATA n,ao entendi nada, fala claro!!, Carla é a melhor prefeita , enquanto Campos não se pode falar o mesmo! pronto está explicado!!

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  7. Pior governo é o da
    Sr




















































































































    O pior governo é o da Srª Carla Machado, o
    Açú está abandonado. falta o básico para que o cidadão viva com dignidade. Não faço parte de nenhum partido politico. Agora para o povo do 5º distrito ela deixa muito a desejar. a Prefeitura virou cabide de emprego.

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