quarta-feira, abril 13, 2011

O POVO É BÍBLICO

Lerieste do bairro da Penha. (Blog do Bastos)
“Se não falarmos, as pedras falarão” (cf. Lc 19,40)

O Poder Legislativo em suas diferentes instâncias é conhecido como a Casa de Vidro, termo incorporado ao vocabulário nacional, a partir de artigo publicado sobre o Congresso Nacional, pelo ex-governador da Bahia, Waldir Pires.

A expressão revela em tese fragilidade do Poder, que, embora, seja a síntese do estrato social, é, de longe, o mais democrático dos 3 Poderes.

Aqui, em Campos, a nossa Casa de Vidro instituiu a tribuna livre, uma rara chance de cidadãos comuns falarem no Parlamento por si, ao invés de só darem, pelo voto, procuração para que os vereadores falem em seu nome.

Pois bem, na sessão desta terça feira, 12, a voz rouca das ruas fez a diferença. Depois de assistir tanta docilidade dos vereadores em relação ao governo ao qual deveriam fiscalizar com mais rigor, Jordecy Rocha, Sergio Cavalhere Valadares e Lerieste Oliveira da Silva, representando suas instituições, cobraram providências da Câmara para graves problemas enfrentados pela comunidade e revelaram o que a maioria já sabe: em Campos o rei está nu.

De acordo com Jordecy Rocha, os bairros do Parque Nova Brasília, Leopoldina e Esplanada são discriminados pelo poder público e necessitam de construções e reformas urgentes. “Em Nova Brasília, estamos sem obras e a praça está abandonada, colocando em risco as crianças que brincam no local. No Esplanada, um valão está sem limpeza há muito tempo. Foi prometido a construção de uma escola e uma sala de reunião para Associação de Moradores, e nada foi feito. Os moradores me cobram todos os dias uma posição, mas o máximo que posso fazer é vir a esta Casa e solicitar que minhas reivindicações sejam acatadas pelos nobres vereadores”, ressaltou.

Já no discurso do Sérgio Cavalhare, a associação Vida Nova, situada na Avenida Carmem Carneiro, no KM 10, precisa ser reconhecida pela prefeitura já que órgãos ligados à prefeitura encaminham dependentes químicos para o local sem assistí-los. “Conseguimos erguer o Centro com ajuda dos moradores, através de doações. Já ajudamos centenas de dependentes químicos que viviam nas ruas da cidade e, também, dos municípios de Macaé e Cabo Frio. Para que o nosso trabalho continue, preciso ser assistido pelo governo municipal. Estamos de portas abertas para buscar parcerias e recursos para que essa triste realidade, dos dependentes químicos, diminua em nossa cidade”, destacou.

Por fim, Lerieste Oliveira se mostrou indignado pelo fato do programa municipal “Bairro Legal”, sendo realizado na Penha, também não contemple a Estância da Penha e complexos adjacentes, e denunciou as concessionárias de água e energia em cumprir os seus serviços, através da justiça, encaminhando pedido ao Ministério Público. “O governo municipal está contemplando, somente, parte da Penha e ‘esqueceu’ de seus adjacentes. Há 22 anos, estamos implorando que medidas sejam tomadas no bairro. Recebemos, somente, obras mal feitas que não ajudam, pelo contrário, prejudicam, ainda mais, a moradia da comunidade. Estamos cansamos de solicitar e nada ser feito. As concessionárias Ampla e Águas do Paraíba funcionam no bairro, através da justiça, quando entramos no Ministério Público para resolver os nossos problemas”, finalizou.

Se os vereadores preferem o silêncio, o povo fala. O povo é bíblico.

Fonte: ascom da CMCG

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