JAQUELINE RORIZ NA MIRA DA CÂMARA. SÓ ELA?

Está na edição online do jornal O Globo. Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, em Brasília, quer a cassação imediata da deputada Jaqueline Roriz, (PMN-DF) flagrada por uma câmera indiscreta recebendo dinheiro de caixa 2 para sua campanha eleitoral. Um crime raro na política brasileira.

A denúncia é do delator do mensalão do DEM de Brasília, Durval Barbosa, que recolhia o dinheiro da propina e cevava deputados distritais, o governador Arruda e outras autoridades.

Do alto de sua santa indignação, o deputado Eduardo da Fonte, (PP-PE), corregedor da Câmara, defende um rito sumário para punir a parlamentar. A nova legislatura quer deixar claro sua inequívoca aversão à práticas eleitorais condenáveis e criminosas.

À despeito da iniciativa ser louvável, é impossível não associar o episódio ao que está na Bíblia, em João 8.3-11: os fariseus levaram uma adúltera a Jesus e defenderam seu apedrejamento, como castigo, segundo determinava a lei de Moisés.

Jesus respondeu-lhes: - “Quem de vocês estiver sem pecado que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!”

Que a deputada é culpada e deve ser punida não resta dúvida, mas que muitos de seus julgadores, no Congresso, deveriam estar junto com ela também não há discussão. Ou há?