FIM DE FESTA

   Passado o descanso do carnaval, estamos nos preparando para o ano de 2011 - hábito do brasileiro -. O momento dos sonhos, dos prazeres da carne, anestesiam quase todos que se envolvem nesta festa momesca, e ao mesmo tempo os dissociam da dura realidade.  Também ninguém é de ferro, uns brincam para desafogar as mágoas, os problemas do dia-a-dia, outros descansam visando recarregar as baterias, colocar a leitura em dia, se aproximar  mais da familia. A partir de quarta-feira, voltamos para realidade, nua e crua, em pêlo. Por vezes me pergunto: será se os governantes ficam ansiosos pela chegada do carnaval? sim, porque neste breve período, é quase que um entorpecimento coletivo, uma leseira danada que acomete a todos.   Agora, mãos a obra. 

 

    Lendo os jornais de nossa cidade, tenho a impressão de que estamos num mar de rosas. Mas, ao meu ver, não é bem assim. O que temos constatado ao longo destes dois anos e dois meses de governo, é muita mídia - 16 milhões gastos anualmente - e resultados bem menores dos que os insistentemente anunciados - será se estão querendo fazer lavagem cerebral? -. Vamos começar por este gasto com os veículos de comunicação: se esta quantidade enorme de dinheiro fosse aplicado no PSF, como estaríamos com uma saúde melhor. Aliás, por falar nisto, vocês acreditam que o governo da Prefeita Sra. Garotinho, paga mensalmente, um ALUGUEL, no valor de mais de 500 MIL REAIS, por MÊS, por um sofware - programa de computador -, com o objetivo de melhorar a resolutividade da saúde, ou seja, sem muita pomposidade, segundo Eles, é para ajudar na integração do sistema, e com isto, atender melhor a você contribuinte sofrido. Devo ressaltar, que qualquer governo responsável, neste caso, não fica indefinidamente ALUGANDO software, e sim, paga pela transferência desta tecnologia, para fazer parte do acervo do município.

 

    As praças da nossa cidade, devem ser ecológicas, porque se parecem com as tartarugas, de tanto tempo que estão promovendo as fatídicas reformas. Ninguém, em sã consciência, é contra s construção do CEPOP - sambódromo -, porém devemos respeitar a legislação ambiental e o código de vizinhança, sem contar que, aqui para nós, 69 milhões de gastos nesta construção, vale a pena quando todas as crianças estão nas creches, nas escolas, os professores melhores remunerados, o CAOPE atendendo os quase 6000 pacientes especiais com dignidade, os postos com médicos e remédios, etc....´

 

    É  chegada a hora de repensar este modelo perverso: pão e circo. Precisamos promover uma discussão sobre o que queremos, para onde podemos conduzir os destinos de Campos dos Goytacazes, sem soberba, sem termos pretensão de ser arautos da moralidade e/ou da verdade. Nossa cidade possui um orçamento anual, que chegará a dois bilhões de reais. Ou gastamos estes recursos com parcimonia, direcionamento, a partir de um discussão ampla, sobretudo democrática, ou estaremos fadados a um eterno carnaval.

 

Sérgio Mendes