SERGUEI, O MICK JAGGER DO BOA VISTA?

Serguei, roqueiro brasileiro

Serguei é um admirável fóssil pré-histórico do rock’n roll transnacional. Pansexual assumido, coleciona a suma glória de ter namorado Janis Joplin, quando ela esteve no Brasil , no Carnaval de 1970. Aquele meteoro de vida breve e voz rascante.

Este suposto romance fugás de verão acabou por lhe tatuar definitivamente. E não era para menos. Foi seu maior feito. O que carimbou seu passaporte para a história. A sua discografia ficou em planos secundários. Sem problemas. Afinal não é nada tão pulsante assim.

Já há algum tempo, ele mora em Saquarema e virou monumento de visitação. Sua casa está no roteiro do turismo cultural. Por lá passam, diariamente, um monte de curiosos, fãs e remanescentes de bichos-grilos.

Serguei, além de pansexual, tem síndrome de outro Pan, o Peter, da Terra do Nunca. Resiste, terminantemente, em envelhecer. Acha que para ele, ao contrário da lógica mais perversa, o tempo para.

Hoje, o jornal O Globo anuncia que Sergio Bustamante, esse é seu nome de batismo, vai torcer para o Boa Vista, time de Saquarema, que enfrenta o Flamengo, neste domingo, no final da Taça Guanabara.

A julgar pelo estrago feito nos times pelos quais torceu, na Copa da África, ano passado, por outro dinossauro do rock, Mick Jagger, o Boa Vista tem grandes motivos para se preocupar.

Maldades e superstições à parte, o Boa Vista, revelação do Campeonato do Rio de Janeiro, independente do resultado de amanhã, fará a final ideal: contra o Flamengo, hexa campeão do Brasil, recordista de títulos no Rio e objeto de paixão da maior torcida do Mundo.