Aspectos do Brasil Império - Debret |
“A cidade baixa não é feita para causar boa impressão aos visitantes. Os edifícios são antigos, embora as fachadas sejam bonitas. As ruas são estreitas, esburacadas e caóticas, congestionadas por carregadores e pessoas de toda a espécie. O esgoto sem tratamento corre pelo meio delas, espalhando uma fedentina insuportável”.
Esse depoimento foi feito pelo missionário americano, Daniel P. Kidder, ao visitar a cidade de Salvador, na Bahia, em 1825*. Obviamente, que à época, o general português, Ignácio Luiz Madeira de Melo, que respondia pelo governo da Bahia, nem de longe, dispunha de 5 milhões e meio de reais, ao dia, para reverter essa realidade cruel.
Uma circulada pela periferia de Campos, no limiar de 2011, vai nos confrontar com um quadro idêntico, em vários bairros mais afastados do centro urbano, embora estejamos distantes quase duzentos anos da Salvador, das primeiras décadas do século XIX.
Não é exagero afirmar que somos, em boa parte, uma vila ainda nos confins do passado, governada pela mediocridade.
(*) fonte 1822, de Laurentino Gomes.
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