O dia foi daqueles. Ainda pela manhã, as tarefas de banco. Aquela atrapalhação da porta giratória e, em seguida, filas intermináveis.
Logo, na minha frente, um caboclo de meia idade, cor característica dos trabalhadores de sol, possivelmente, um pescador desses que controla a quilha com a força dos braços. Risonho e simpático, certamente me reconheceu e abriu a conversa:
- Que merdeiro, hem?!!
- É... concordei, sem opinar.
- Volta ou não?
- Tudo é possível. Disse sem muita convicção, queria ouvi-lo. Era a mais autêntica “voz rouca das ruas”, sem as rédeas do olerite oficial.
- Ninguém me engana. É tudo político e político você sabe como é... O juiz pode até não saber porque ta punindo, mas eles sabem porque estão debaixo do malho. Primeiro fazem, depois choram.
Ato seguinte, desandou a falar sobre Dunga e seus pupilos. A derrota nacional da seleção.
Sobre a política não demonstrou aptidão para alongar o papo. Afinal, apear prefeito do Poder por aqui é filme antigo. O povo já não gasta um ovo com esse assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião