DE VOLTA!

Que eu me lembre, estou na militância política, desde os 14 anos, quado tive o imenso privilégio de atravessar o portal do Liceu de Humanidades de Campos e descobrir um Mundo novo, eu que vinha do modesto bairro do Careca, nas cercanias de São Fidélis de Sigmaringa, território sagrado da minha infância.

Desde então, cumpri várias etapas da minha vida cidadã, fui ativista estudantil e participei da reabertura da LAICE, diretório secundarista do Liceu; fiz teatro engajado, escrevi poesias panfletárias, fui líder sindical dos radialistas, entrei na política partidária, fui signatário da carta do Muda Campos, que institui novo ciclo na política local, na época; cumpri minha missão como deputado estadual, cuja mandato tinha a tarefa causal de criar as condições de instalação de uma Universidade Pública e gratuita, no interior do Estado; exerci vários cargos públicos.

Quando atingi minha maturidade política, fui surpreendido pelos caprichos do imponderável, ou, talvez estivesse mesmo escrito que era hora do maior desafio deste escriba suburbano: fui acometido pela doença de Parkinson, que trouxe em sua algibeira, uma virulenta depressão. Fiquei 3 anos reclusos em casa e cheguei mesmo a pensar que vivia o epílogo do meu roteiro.

Mas, acho que associado a minha fé, que ainda é muito frágil, ao amor coletivo dos que me cercam; do amor desmedido de minha família inteira e a vigilância indefectível de dona Djanira, minha mãe, de onde está, consegui arrebentar a porta do porão e me lavar, alma, corpo e consciência com a luz do sol.

Hoje, retomo minha atividade pública, na subsecretaria de Governo, à convite do prefeito Rafael Diniz. Trago intacta minha esperança de dar modesta contribuição ao governo que institui a política nova e sei que toda novidade é barulhenta, levanta velhos mitos acomodados da política rançoza, que, ao invés de extinguir a pobreza aviltante, alimenta-a como reserva eleitoral.

Depois de tanto tempo e tantas vezes que perdi, quando ganhar era perder, aprendi que a Política não é o desafio de derrotar o adversário, mas a arte de construir o justo, confortável e tardio coletivo.

Que Deus nos ajude a todos!
Abraços,
Fernando.