Minha formação política me conduziu, nos primeiros anos do meu ativismo, final da década de 1970, início dos anos 1980, a defender, contra o regime militar de então, a Ditadura do Proletariado. Eu não era democrata. Era socialista, com manifesta admiração pelos ideais anárquicos, sobretudo pelos conceitos defendidos pelo francês Joseph Proudhon.
Dia desses, o jornalista Fernando Gabeira, deu este depoimento, num canal fechado de TV. Ele compôs o grupo que sequestrou o embaixador americano, Charles Elbrick, o MR-8 e o trocou por presos políticos, em 1969. A resistência ao governo dos militares era, basicamente, formada por socialistas e comunistas.
A opção era circunstancial.
A minha conversão à Democracia foi lenta e gradual e pela ojeriza que confesso ter desenvolvido pelas ditaduras, sejam de quaisquer naturezas: militar, operária, econômica, judiciária, religiosa, fundamentalista, de direita, de esquerda ou transversal.
Mas, guardo restrições severas ao modelo democrático que enche os olhos das elites econômicas, esse que está aí, que atende pelo nome de Democracia, mas. na verdade, é o regime da vassalagem ao grande capital.
É o sistema dos que proclamam que "todos podem tudo", desde que tenham dinheiro suficiente. Isso sem contar que as grandes fortunas, blindadas pelo establishment, estão na causa da grande miséria. Ambas são faces de uma mesma moeda.
Como bem disse o escritor lusitano, José Saramago, "se querem discutir esta democracia, considera-la uma falácia, já é um bom começo".
Há muito que se caminhar até se chegar a prática pública, humanizada, da festejada "invenção dos gregos". Muito!
(FLF)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe sua opinião