segunda-feira, novembro 07, 2016

ESTAMOS DE VOLTA

Fiquei 3 dias no estaleiro. Fui abatido por uma virose, com pacote completo, e neste curto período, intencionalmente, me distanciei do "rame-rame" da política local de Campos, principal acervo que alimenta minhas postagens no blog e no mural do facebook. Cuidei da minha recuperação, ao mesmo tempo em que li e reli alguns livros, entre os quais, um trazido, gentilmente, pelo doutor Silvio, que narra um dos grandes escândalos da nossa combalida república, O Poder que seduz, 2007 - Editora Conceito, diário da jornalista Mônica Veloso, affair, extra conjugal, do então presidente do Senado, Renan Calheiros, que renunciou, no meio do turbilhão, para evitar a cassação e sua inelegibilidade. Malandro que era, malandro que é. Mônica não sei aonde anda. Renan está, de novo, na cadeira de presidente do Senado do Brasil.

O curto período em que convalesci, aproveitei para pensar no momento em que vivemos, na nossa cidade amada, conflagrada numa insana guerra política, sacudida, diariamente, por escândalos sucessivos, ritmados, história  de um roteiro de variados crimes.

Fiquei tentado em permanecer onde estava, longe do campo de guerra. Dedicar, em tempo maior, minhas energias à grande paixão, que cultivo, desde menino, a literatura, mina inesgotável de conhecimento. Mas minha fraqueza durou pouco tempo. Logo me lembrei da primeira estrofe da Poesia que meu irmão, Antonio Roberto Fernandes, dedicou a Campos:
"Não sou nascido aqui, planície amada,
mas é como se aqui nascido fosse,
pois tenho a alma impregnada
da brisa que te beija na alvorada
e do teu cheiro refrescante e doce".
Lembrei-me da generosidade desta terra para comigo e com todos que aqui chegam para viver. Parece que o poeta Mario Quintana estava, aqui, quando escreveu "não tenho paredes, tenho horizontes", tal é a impressão que esta planície causa em quem vem do pé de serra. Somos uma vila formosa no meio da amplidão.

Portanto, estou de volta. Tenho noção de minha altura política, sei que não sou o combatente que o tempo presente precisa, mas sou a metáfora do beija flor que carregava, no bico, água para um portentoso incêndio na floresta. Faço a minha parte. Afinal, sempre repeti que "é criminoso ser feliz sozinho". Não dá para fingir, com cara de paisagem, que anda "tudo certo como 2 e 2 são 5". Façamos o que ensina o gauche, Drummond:

(...)
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
— Ó vida futura! nós te criaremos".

(FLF)

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