segunda-feira, outubro 03, 2016

O DIA SEGUINTE

No norte fluminense, os prefeitos eleitos terão pouco tempo para grandes comemorações. Dados da ANP do Boletim de Agosto revelam que a produção petrolífera da Bacia de Campos representa apenas 58%, quando já representou em anos recentes 80%. A parcela que melhor remunera os municípios petro-dependentes relativa à camada pós-sal caiu em doze meses de 66,5% para 58,5%, enquanto a dinâmica produção na camada pré-sal saltou para 41,5%.

Tudo isso obriga os novos dirigentes a um exercício de diálogo aberto com suas comunidades. Em Campos, o orçamento provável para 2017 de 1,69 bilhões de reais é quase metade, em termos reais, em comparação com 2014. A conta de salários monta 1 bilhão e os encargos da “dívida do futuro”, outros 150 milhões de reais. A conta não fecha.

Em Macaé, onde o prefeito não endividou a cidade e, ao contrário, dialogou e buscou mostrar a real situação de crise e busca de alternativa, a população levou o seu líder a uma reeleição.


A sociedade está mais exigente, optou pela mudança já no primeiro turno, impôs uma séria derrota ao “modelo venezuelano” e espera serviços básicos de saúde, educação, mobilidade urbana, saneamento básico, coleta de lixo e assistência social menos “politizados” e mais eficientes, eficazes e efetivos, sem qualquer aumento da exagerada carga de impostos.


Um principal ativo da cidade de Campos é sua especialização no segmento universitário, que abrange 30 mil pessoas, entre alunos, professores e profissionais de ensino e pesquisa. A cidade conta com uma população economicamente ativa empregada formalmente de 100 mil profissionais que geram um valor agregado de 15 bilhões de reais, anualmente.


Promover uma política que permita uma maior circulação de recursos dentro do município e evitar a evasão de divisas, na forma da compra de bens e serviços de fora como era a prática recente será um bom começo para as novas elites dirigentes que chegam em janeiro próximo. Alvissaras!



Ranulfo Vidigal – economista.


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