quarta-feira, outubro 26, 2016

DELAÇÃO PREMIADA DA ODEBRECHT: LAMA DO PLANALTO À PLANÍCIE




Não fosse o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, e a consequente enxurrada de lama a maior tragédia ambiental do Brasil, com mortos, feridos e populações inteiras obrigadas a migrarem para outros lugares, uma vez que perderam tudo, poder-se-ia usa-la como metáfora para justificar a enxurrada de lama podre da corrupção que deverá escorrer sobre governantes de todos os níveis, federal, estadual e municipal, com a homologação, em 3 semanas, pelo STF, da delação premiada do dirigente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e mais 50 executivos da companhia.

A lama vai vazar pelo Planalto, pelo litoral, pela planície e para quem teve acesso ao calhamaço que consubstanciará os depoimentos, a constatação é que o nível da corrupção é único, inigualável, sem comparações com outros países, como a Itália, sob a faxina da Operação Mãos Limpas, por exemplo.

A Odebrecht tinha um departamento de propinas, com funcionários trabalhando, regularmente, contadores para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo e uma relação robusta de gestores públicos, que eram listados por apelidos. Um refinamento só.

Cabia a este "departamento" assessorar gestores públicos para fraudar licitações. Muitas concorrências públicas eram montadas no "departamento", que incluia na listagem de exigências, ítens que anulavam qualquer chance da concorrência, mesmo que não fossem utilizados na execução da obra.

É lama que não acaba mais.

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