domingo, setembro 25, 2016

O PAPEL DE SUA EXCELÊNCIA, O ELEITOR

Reproduzido pelo Blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa\\;



Artigo do domingo — O papel de sua excelência, o eleitor


Sua excelência, o eleitor


Por Fernando Leite (*)

Homens e mulheres de bem deste Município, o que se configura é um cenário eleitoral beligerante, como nunca visto, em Campos. Mais radical e mais violento que o pleito de 2004, o ano que nunca acabou. Os discursos são raivosos e há uma tentativa de cingir a cidade entre pobres e ricos, justamente para amedrontar a classe média, que diante do quadro de agressões verbais e da despudorada e criminosa compra de votos, optaria pela segurança de sua casa e deixaria o campo livre para os manjados impostores, àqueles que batem a nossa carteira e gritam “pega ladrão”.
A intenção deliberada de desarrumar o pleito guarda o condão de manter na arena da disputa política, apenas, os inciados e os de sempre, àqueles que têm interesses inconfessáveis. Os que, de alguma maneira, têm vínculos com o mundo político. O plano, no entanto, esbarra no alvorecer de um tempo novo no Brasil, que acabou de passar por um impeachment de sua presidente e assiste, estupefato, a jornada cívica da Operação Lava Jato que levou para a cadeia, politicos de tradição quatrocentona, capitães da indústria e os sobrenomes mais influentes do grand monde.
Por isso, há a esperança que não passarão! A sociedade de Campos não se deixará enganar com argumentos tão toscos, com mentiras tão mal contadas, com a arrogância dos que se acham acima das leis e que estão dispostos a dar um braço, se necessário, para não perder a eleição. Esse tempo é pretérito. “O tempo passou na janela, e só Carolina não viu”, como diria o velho Chico.
O mais surpreendente é que a safra de candidatos a prefeito do município é uma das melhores dos ultimos tempos. Homens honrados, com históricos respeitáveis e prontos, creio, para uma tarefa hercúlea. Longe, muito longe de disputarem o Nirvana, os candidatos competem para ver quem assumirá o controle de um boeing em chamas. A gestão futura exigirá sangue de cirurgião e destreza de espadachim. O Município que espera pelo próximo gestor, está com o orçamento espremido e com uma demanda larga e caudalosa.
Será necessário cortar fundo na carne, adequar projetos diversos, equilibrar o custeio crescente e pagar os controvertidos empréstimos. Seja quem for o ungido pelas urnas. Quem emergir da batalha do voto não terá tempo a perder. Antes mesmo da posse pesará sobre seus ombros o destino de um Município de história robusta e finanças em decadência, com a curva descendente da receita dos royalties do petróleo. O novo prefeito, mesmo que queira, não conseguirá governar do palanque, prática comum nos ultimos 8 anos. O tempo é outro.
Quanto aos eleitores, senhores do processo eleitoral, protagonistas da história, cabe assumir seu papel. Não é hora de covardia. Não é hora de omissão — dizem que há no inferno uma caldeira mais quente que as outras, para os omissos — chegou a hora dos eleitores tomarem o processo na mão e fazerem valer sua soberana vontade. Não se pode permitir que qualquer projeto personalista interfira no rito de escolha daquele que será o fiel depositário da confiança da população.
Campos dos Goytacazes espera isso de nós!

(*) Jornalista, poeta e blogueiro

Publicado hoje (25) na Folha da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe sua opinião