Veja matéria no G1:
Virgínia Raggi é eleita primeira prefeita de Roma
Candidata antissistema tem 67% dos votos, segundo primeiros resultados.
Movimento 5 Estrelas também venceu em Turim.
A advogada Virgínia Raggi, de 37 anos, foi eleita prefeita de Roma, neste domingo (19), em uma vitória que representa um duro golpe para o governo do primeiro-ministro Matteo Renzi.
Com 80% das urnas apuradas, a candidata do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) aparece com 67% dos votos, bem à frente de Roberto Giachetti, apoiado pelo Partido Democrático (PD, centro-esquerda) de Renzi. No primeiro turno, Virgínia obteve 35% dos votos.
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O M5S foi fundado pelo humorista Beppe Grillo em 2009. Os resultados das eleições municipais deste domingo, realizadas em 126 cidades italianas, devem confirmar o avanço do M5S, movimento que se tornou, em 2013, o segundo maior partido da Itália, com 25% dos votos nas eleições legislativas. Seu discurso de denúncia sistemática da corrupção política continua a angariar adesões.
"Hoje é algo muito especial. Temos a sorte de ter alguém novo que poderá mudar as coisas. Todos os outros fracassaram. Espero que eles consigam", disse à AFP o aposentado Aldo, de 72 anos, que votou no M5S em Roma.
A denúncia da corrupção foi a palavra de ordem da campanha de Virgínia Raggi. Ela não divulgou, porém, muitos detalhes de seu programa para reduzir a enorme dívida da cidade (12 bilhões de euros). Tampouco antecipou nomes de sua futura equipe.
Essa última questão é essencial, já que o M5S não conta com políticos veteranos, o que já se notou em sua gestão das cidades onde governa, como Parma, ou Livorno.
Nos últimos dias, a imprensa italiana criticou Virgínia por não ter declarado receitas provenientes de consultorias, o que a candidata nega.
"Não sabem mais como me atacar. Já esclareci. Está tudo declarado", afirmou ela.
A reta final da campanha não contou com a presença de Renzi, que está na Rússia, nem com a de Grillo. Tampouco se ouviu a voz de Matteo Salvini, o líder da Liga Norte. Silvio Berlusconi, que tenta sem sucesso continuar sendo o líder da centro-direita na Itália, continua hospitalizado, após uma cirurgia de coração aberto.
Essas eleições "deixarão uma marca na política italiana, uma marca de descontinuidade e uma possível ruptura do sistema", afirmou no sábado, em um editorial, o diretor do jornal "La Repubblica", Mario Calabresi.
Com o M5S, "elegeram-se as caras novas e a simpatia, considerou-se a inexperiência como o maior valor. E se associou à esperança", completou, comparando seus militantes com passageiros que assumem o controle de um avião em protesto pelos atrasos nos voos e pelos benefícios dos pilotos.
Outras cidades italianas
Em Turim (noroeste da Itália), outra novata do MS5, Chiara Appendino, de 31, derrotou com cerca de 54% o veterano prefeito em final de mandato Piero Fassino, do PD. "Fizemos história", comemorou Chiara, em sua conta no Twitter.
Outras cidades italianas
Em Turim (noroeste da Itália), outra novata do MS5, Chiara Appendino, de 31, derrotou com cerca de 54% o veterano prefeito em final de mandato Piero Fassino, do PD. "Fizemos história", comemorou Chiara, em sua conta no Twitter.
Já em Milão (norte), a capital econômica do país, o candidato do PD Giuseppe Sala venceu a disputa com mais de 51% dos votos, segundo resultados quase definitivos.
O partido de Renzi manteve Bolonha (centro do país), um histórico reduto eleitoral da esquerda, mas, em Nápoles, a sigla sequer chegou ao segundo turno. Lá, o prefeito em final de mandato, Luigi De Magistris, um atípico político de esquerda e inimigo de Renzi, voltou a ser o mais votado.
Na última sexta-feira (17), De Magistris anunciou a fundação de um novo movimento de esquerdas, após as eleições.
Participação nas eleições
As seções eleitorais abriram as portas às 7h locais (2h, horário de Brasília) e encerraram suas atividades às 23h (18h, horário de Brasília) em 126 municípios. Cerca de 9 milhões de eleitores eram esperados para votar.
As seções eleitorais abriram as portas às 7h locais (2h, horário de Brasília) e encerraram suas atividades às 23h (18h, horário de Brasília) em 126 municípios. Cerca de 9 milhões de eleitores eram esperados para votar.
De acordo com uma primeira estimativa do Ministério do Interior italiano, a participação chegou a pouco mais de 50%.
Há semanas, Matteo Renzi tenta minimizar o impacto do já esperado mau desempenho de seu partido nas eleições municipais, garantindo que seu único objetivo é o referendo de outubro sobre a reforma constitucional. O primeiro-ministro já anunciou que, em caso de derrota nessa consulta, renunciará ao cargo.
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