sábado, maio 21, 2016

AUDIÊNCIA DA OPERAÇÃO MACHADADA TERMINA COM UM PRESO

Uma das testemunhas do processo, Arlindo Ribeiro da Conceição, foi preso por falsear seu depoimento e levado pra a carceragem da Policia Federal, conforme informações do jornal Folha da Manhã, no Blog do Arnaldo Neto..

O Diario abordou o assunto. Leia:


Delegado confirma em depoimento detalhes da Operação

Entre investigados está a ex-prefeita de São João da Barra, Carla Machado

Teve início nesta sexta-feira a audiência de instrução e julgamento da “Operação Machadada”, deflagrada em 2012 pela Polícia Federal (PF) e que resultou na prisão de alguns investigados, entre eles a então prefeita de São João da Barra (SJB), Carla Machado. São processos que apuram suposta formação de quadrilha e compra de votos nas eleições municipais de 2012, em SJB. A audiência, presidida pelo juiz Leonardo Cajueiro d’Azevedo, da 37ª Zona Eleitoral de São João da Barra (SJB), ainda estava em andamento, até o fechamento desta edição. A primeira oitiva de testemunha foi a do delegado da Polícia Federal (PF), Paulo Cassiano Junior. Ele confirmou detalhes que o levaram a deflagrar a operação, como chefe da Delegacia da PF em Campos, naquela época.

Marcada para às 14h, a audiência começou por volta das 15h30. A defesa da ex-prefeita Carla Machado tentou obstruir a mesma, alegando que o delegado estava atrasado, mas o magistrado informou que Paulo Cassiano havia comunicado o atraso devido ao exercício da função. A audiência entrou noite adentro e várias pessoas ainda se encontravam do lado de fora do Fórum. Diante a quantidade de testemunhas (21 no total), o juiz já havia informado ao O Diário a possibilidade prosseguir com a audiência em outro dia.

Cassiano esclareceu como foi conduzida toda a investigação que culminou na “Operação Machadada”. “Fui procurado por um grupo de quatro denunciantes, entre eles o então vereador Zezinho Camarão, informando uma tentativa do grupo político da ex-prefeita Carla Machado em manipular o processo eleitoral, que oferecia vantagens a alguns candidatos a se lançarem como opositores a outro grupo político de oposição”, comentou.

O delegado esclareceu que as investigações duraram meses e que, após as juntadas das provas, solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) a expedição de mandados de prisão e de busca e apreensão contra os denunciados. “O TRE-RJ havia negado o pedido, mas isso não nos representou um obstáculo jurídico para realizar as prisões em flagrante, e na semana da eleição fomos informados de que alguns candidatos de oposição estavam renunciando as candidaturas”, destacou. A prisão de Carla Machado e do então vereador Alexandre Rosa ocorreu no dia dois de outubro de 2012, logo após a realização de um comício.

Denunciantes procuraram o delegado

Ainda em depoimento, o delegado informou que, durante as investigações, passou a se encontrar com alguns denunciantes fora da sede policial. “Os encontros eram em ambientes indicados por eles (denunciantes), pois alegavam que a aparição deles na delegacia poderia prejudicar as investigações. Como a polícia tem poder para tal, nos encontramos em vários lugares, como esquina da delegacia, em uma residência em São João da Barra, prédio comercial em Campos”, disse o delegado, esclarecendo que não sabe por qual motivo as denúncias foram informadas a ele.

A defesa de Carla indagou a razão dos denunciantes terem procurado o delegado, se na mesma delegacia tinham mais delegados trabalhando. “Quem me informou que havia um grupo querendo conversar comigo e que o assunto era ‘bombástico’ foi o meu pai, mas não sei quem passou essa informação para ele, e acredito que essas pessoas me procuraram devido a minha credibilidade, pois viram em mim a possibilidade de ir a diante com as denúncias e que as mesmas não vazariam”,  falou.

Gravações estão incluídas no processo

Uma das peças chave do processo são as gravações, entregues à PF por candidatos que teriam sido procurados pelo grupo político de Carla Machado para que deixassem de apoiar um candidato da oposição. Na época, o procurador regional eleitoral Maurício da Rocha denunciou a suposta quadrilha que seria liderada por Carla Machado, que teria oferecido dinheiro, cargos na prefeitura ou participação em suas futuras licitações para políticos adversários desistirem de suas candidaturas, garantindo a seu grupo político uma maior base na Câmara Municipal.
O juiz informou ao O Diário que uma das causas da demora no andamento do processo foi a análise das gravações. Gravações estas que os advogados de Carla Machado, durante a primeira audiência em 2013, alegaram que as mesmas eram clandestinas, mas a Justiça decidiu, no entanto, incluir as gravações no processo.

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