Artistas, estudantes, comunicadores e demais integrantes da sociedade civil ocuparam o Teatro de Bolso Procópio Ferreira, em Campos, no norte do Estado do Rio de Janeiro, no início da noite desta segunda-feira (9), por volta das 18h, em protesto contra o sucateamento pelo o qual passa a Cultura do município há anos.
Os ocupantes foram pressionados por agentes da Guarda Civil Municipal de Campos (que chegaram em peso ao local) para que saíssem do teatro, mas a ocupação não dará nem um passo atrás enquanto os artistas não conseguirem a gestão do espaço. Os artistas querem montar a programação e gerir o teatro que está fechado há anos. A superintendente de Cultura de Campos, Patrícia Cordeiro, não compareceu ao teatro para ouvir os ocupantes e nem enviou qualquer posicionamento. A Guarda Civil, tentando criminalizar a ocupação, afirmou que o teatro foi arrombado e invadido, o que não representa a verdade sobre os fatos. A porta foi aberta e a ocupação aconteceu pacificamente.
Os ocupantes repudiam o descaso com a Cultura, assinado pelo governo da prefeita Rosinha Garotinho, esposa do ex-governador do Estado Anthony Garotinho, já acusado judicialmente por formação de quadrilha. Campos segue com seus espaços culturais fechados, dentre eles o Museu Olavo Cardoso, que está interditado em obras paralisadas, e com o teto caindo, cheio de escoras. O teatro que foi ocupado nesta noite está em estado precário. Outro espaço cultural abandonado é o Palácio da Cultura, que está fechado por tapumes de metal há tempos (não há obras acontecendo lá dentro e parte de seu acervo, como exemplares do jornal mais antigo do Brasil, Monitor Campista, se deteriorou).
O Fundo Municipal de Cultura é irrisório e foi até reduzido. São várias pautas que já se tornaram dezenas de denúncias na imprensa, há anos e sem resolução. A ocupação segue sem previsão para terminar.
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