Aquela ópera bufa no plenário da câmara Federal, quando da votação pelo prosseguimento do processo de impeachment da presidente, é uma face da sociedade contemporânea brasileira. O espetáculo grotesco explica a escola reduzida à depósito de alunos semi-analfabetos ou analfabetos funcionais; justifica a cidadania comprada nas eleições por trinta moedas, no mais desavergonhado escambo eleitoral, sob a leniência oficial; é reveladora da abreviação da sexualidade na periferia, incentivada por arremedos de músicas lascivas, os sucessos meteóricos dos mais reles lançamentos da portentosa industria cultural, produto perecível, altamente descartável - do tipo "quero ver bum bum mexer". Duram, quando muito, um verão, um carnaval.
Naquele domingo, 17, histórico e fatídico, nós nos vimos no espelho.
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