quinta-feira, outubro 01, 2015

PESQUISA CNI: DILMA NA TÁBUA DA BEIRADA

O GLOBO

BRASÍLIA - Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada junto ao Ibope, divulgada na manhã desta quarta-feira e referente ao terceiro trimestre de 2015, mostra que 10 % da população considera o governo bom ou ótimo. Na pesquisa anterior, essa avaliação era de 9%.

A avaliação ruim ou péssimo subiu um ponto percentual e foi de 68% para 69%. A regular se manteve em 21%. A aprovação da maneira de governar de Dilma caiu de 15% para 14% e a reprovação também caiu, de 83% para 82%. A confiança na presidente se manteve estável, ou seja, igual à da aferição anterior e repetiu os 20%. A reprovação caiu de 78% para 77%.

Na comparação com o primeiro governo Dilma, 82% da população avaliam que seu segundo mandato está sendo pior. Esse é o mesmo índice da pesquisa anterior. Apenas 3% - também como a anterior - consideram a segunda gestão da petista melhor e os mesmos 14% consideram os dois mandatos iguais. Aumentou de 61% para 63% aqueles que acreditam que o restante do governo de Dilma será ruim ou péssimo. O regular caiu de 23% para 21% e o ótimo e bom manteve-se nos 11%.

A Operação Lava-Jato é, entre as notícias divulgadas pela imprensa sobre o governo e mais lembradas pela população, a primeira do topo, com 13%. A volta da CPMF, com 8%, aparece na sequência, seguida de aumento de impostos e possibilidade de impeachment da presidente, ambos com 7%.

Impostos e taxa de juros aparecem com o piores indicadores na avaliação por área de atuação do governo. Sobre imposto, 90% da população - mesmo percentual anterior - reprovam a política atual e os mesmos 7% a aprovam. Na taxa de juros, caiu de 90% para 89% a reprovação e 6% aprovam, mesma aferição do levantamento anterior.

Entre os presidentes que foram reeleitos após a redemocratização do país - além de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - a presidente tem o pior desempenho para períodos semelhantes. Em setembro de 1999, Fernando Henrique apresentava avaliação de ótimo ou bom de 17% e 51% de ruim ou péssimo. Lula, em setembro de 2007, tinha um ótimo e bom de 48% e ruim e péssimo de 18%.

SEM MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS

O economista Renato da Fonseca, gerente de Pesquisa da CNI, avalia que não houve mudança significativa da pesquisa Ibope de junho deste anos para essa agora de setembro. As avaliações tanto positiva quanto negativa do governo, que subiram um ponto percentual cada, segundo ele, devem ser desconsideradas. Fonseca destacou as mudanças, ainda não muito grandes, no comportamento dos eleitores por faixa etária. A popularidade de Dilma melhora com a idade dos entrevistados. Entre os entrevistados de 16 a 24 anos, a avaliação negativa - ruim ou péssimo - subiu oito pontos percentuais e foi a 77%. Entre os com 55 ou mais anos, a aprovação foi de 20% para 24%. No indicador grau de instrução, Dilma continua sendo melhor avaliada com pessoas que tem até a quarta série. A avaliação positiva subu de 13% para 17%. E é pior avaliada entre os eleitores de curso superior: a reprovação foi de 66% a 73%.

Outros dados mostram que o desempenho de Dilma caiu nas capitais mas subiu nas periferias das grandes cidades. Não houve alterações na avaliação de Dilma entre os que votaram nela ou em Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição de 2014.

— Esses 10% que consideram ótimo ou bom o governo são os que apoiam Dilma por diversas razões e que dificilmente mudarão de ideia, a não ser que a economia exploda. Sempre tem um grupo que entende a dificuldade, mas continua apoiando o governo — disse Renato da Fonseca.

Essa pesquisa da CNI recuperou os dados do Ibope levantados na época do governo José Sarney, um presidente que deixou o mandato com alta taxa de rejeição. Mas, se comparado à Dilma, Sarney iguala na avaliação positiva - obteve 9% de ótimo e bom -, mas 60% de ruim ou péssimo.


Outro dado ressaltado pelo economista, ao comparar Dilma com Lula e Fernando Henrique, é que início de segundo mandato é sempre marcado por perda de popularidade, ainda que nenhum dos dois tenham chegado a nível tão ruim quanto de Dilma.

— Sempre tem que se fazer alguns ajustes no início de segundo mandato, o que justifica essas quedas — disse Renato Fonseca.

A pesquisa foi realizada entre 18 e 21 deste mês e foram ouvidas 2.002 pessoas, em 140 municípios. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/avaliacao-do-governo-dilma-fica-estavel-diz-ibope-17648220#ixzz3nK0pIUga

Um comentário:

  1. Acho que vou processar a Globo.com por direitos autorais. Afinal, meses atrás publiquei um artigo para o site Blasting News, com o título bem parecido. Vou querer meus direitos. Veja o link: http://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2015/06/na-tabua-da-beirada-da-vida-ou-um-fio-de-esperanca-00445367.html Abs.

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