O GRITO DO ENFORCADOS

Este governo de plantão, toda vez que mete o pé na jaca, enfia a mão na  butija, é flagrado com as calças arriadas, usa sempre a mesma e surrada tática de defesa: "os governos anteriores faziam pior e muitos quadros do governo Mocaiber foram presos, levados pelo avião da Polícia Federal". Transferem culpa imediatamente.

Ora, vamos acabar, de vez, com essa parola amolecida para ruminante dormir. Vamos botar os is nos pingos.

Quando os papagaios do governo repetem o que diz o seu líder espiritual dos povos, sim, porque os papagaios repetem o que ouvem e aprendem. Papagaios não falam, não formulam frases sozinhos. Quando os papagaios e gralhas fazem alvoroço: "mas no governo Moaiber, secretarios e empresarios foram presos", pecam por memória anêmica, ou memória seletiva, ou memória cínica e cometem enorme indelicadeza com muitos de seus pares e aliados.

Pra começar: os papagaios e as gralhas sabem quantos quadros do governo Rosinha foram presos? sabem os nomes dos presos? quem são? onde ficaram? quanto tempo ficaram?

Sabem de tudo, indecentes. Mas se fazem de bobos.

Asssim como os presos do governo Mocaiber, os presos do governo Rosinha não foram ainda sentenciados. Há para todos e sobre todos, o benefício da dúvida. Essa é uma das máximas do Direito. Ou não?

Não faço aqui uma peça de defesa de quem quer que seja. Todos têm advogados para isso, mas não posso continuar ouvindo essa hipocrisia, repetidas vezes, por inocentes convenientes, que sentados sobre seus rabos, vasculham o rabo alheio. Nada difere este governo dos demais, à não ser a esperteza política e o desassombro para afrontar as leis.

Papagaios e gralhas oficiais quando forem atirar contra os governos anteriores, olhem para os lados e para trás, antes de atingirem um desafeto, podem ferir um aliado vosso.

Aliás, a administração de plantão  deveria tratar melhor o ex-prefeito Mocaiber. À começar pelo apoio do seu partido, PSB, na Câmara; depois porque ficaram nos cofres para a primeira gestão da prefeita Rosinha, 100 milhões de reais, atestados por documento do Tribunal de Contas; pela civilidade na transição dos governos; pelo atendimento do ex-prefeito, que à pedido da prefeita eleita, mandou à Câmara o projeto que instituiu a taxa de iluminação pública.

Essa gente é assim: enforcados falando de corda.