terça-feira, janeiro 13, 2015

O HUMOR TEM LIMITES?

Antes de qualquer coisa, reafirmo que comungo com o velho Voltaire: "posso não concordar com o que dizes, mas defenderei com a vida, o seu direito de dizê-las". Versão clássica do mantra da hora: Je sui Charlie!
Mas, acho oportuno discutir, sem patrulhamento, ou com, tanto faz, o limite entre o humor e a ofensa; o humor e o achincalhe; o humor e a agressão; o humor e a depreciação física ou moral.
Pessoalmente acho o humor indispensável, mas também acho que o humor não pode tudo. E se o humor acha que pode tudo, tem que se preparar para todas as reações e pagar por elas. A manchete do jornal francês que circula, depois do atentado, traz essa terrível constatação: Tout est pardoné. (Tudo está perdoado). Não poderia ser diferente.
O que os loucos fundamentalistas fizeram com a redação do Charlie Hebdo foi, em sua concepção distorcida, um revide ao que entenderam como uma agressão à sua devoção religiosa.
Os terroristas não entenderam a piada. Os chargistas preferiram perder a vida, à perder a piada.
Ao final, ninguém riu.

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