O que escrevo a seguir é minha opinião, a quem interessar possa:
O episódio da exoneração do coronel Ramiro, do comando do 8º BPM, deixou algumas lições.
A primeira e mais importante é que a sociedade, quando quer, consegue se mobilizar em torno de uma causa comum.
Que a população ainda é capaz de exercer sua cidadania, quando se considera aviltada.
Por outro lado, não podemos perder de vista que o fato em questão deve ser encarado por dois prismas: o do nosso micro-universo, nossa casa comum, e sua defesa e o outro, da posição do Governo.
De nossa parte, queremos e exigimos uma cidade cada vez mais segura e confortável para se viver e o dever do Estado é prover a condição necessária para que isso se dê; mas também somos forçados a compreender que a política de Seguranmça Pública tem suas exigências funcionais.
A condição basilar para seu acerto é garantir que disciplina e hierarquia sejam mantidas, sem o que, não haverá ordem. Não podemos esquecer que trata-se de uma mudança de quadro na Policia Militar, instituição centenária, a qual compete a guarda do cidadão.
O comando geral da PM, responsável pela exoneração do coronel Ramiro e demais 23 comandantes de batalhões, no Estado, no mesmo ato, não pode ser desautorizado pelo Governador, uma vez que essa medida representaria a abertura de um perigoso precedente. Uma ruptura na relação do comando com a tropa. Há bem pouco tempo, comandos de batalhões e chefias de Delegacia de Polícia eram moedas de trocas de parlamentares e chefes políticos.
A insistência na permanência do coronel Ramiro é legítima, mas também não pode personalizar a questão. Não é a figura física do militar que está no centro da discussão pública, mas seu reconhecido modus operandi, operacional, que lidera a tropa nas ações de rua. E gera inequívoca sensação de segurança.
Talvez mais eficaz seja a sociedade cobrar a mesma postura do novo comandante, que, aliás, não pode ser prejulgado, ainda que, involuntariamente. O novo comandante acaba por ser avaliado antes mesmo de assumir, efetivamente, a unidade da PM, no Município. Suas boas vindas foram, nas circunstâncias, marcadas pela reação de desagrado da sociedade, que homenageou, com seu gesto solidário, o comandante que saiu.
Contudo, considero melhor, infinitamente, melhor a sociedade contestadora e exigente de seus direitos, àquela que não se omite diante das barbáries e injustiças, sejam de quaisquer naturezas.
O coronel Ramiro, por força da circunstância, pode até não voltar ao comando do 8º BPM, mas o seu substituto já percebeu que a sociedade campista não abre mão de uma Polícia atenta ao crime, disposta ao combate, se necessário, mas, acima de tudo, cidadã.
A saída do coronel Ramiro, ao que parece, despertou uma comunidade, que até então, parecia letárgica.
Pelo visto, por aqui, nada será como antes.
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