TRANSPORTANDO PARA O ALÉM?

(Texto do do Renato Arêas) )

Desmobilidade urbana.

Não há até o momento uma explicação(ões) convincente(s) para tudo isso, senão as de erro grosseiro e falta de competência na condução da política de transporte no município. O interessante de tudo isso, é que o processo de licitação do sistema de transporte já conta mais de um ano, com cinco adiamentos, e vários pontos contraditórios em relação à Lei de Mobilidade Urbana (12587/2012), dentre os quais: falta de acessibilidade universal nos ônibus, falta de punição pelo descumprimento das metas do edital, falta de memória de cálculo dos valores apresentados e falta de apresentação dos comprovantes de das convocações para as audiências públicas e as respectivas atas.

São no total, 15(quinze) considerações do TCE para justificar as desconformidades dos editais. Mas, apesar disso tudo, o Ministério Público Estadual, não sensibilizou-se, diante do sofrimento da população, que arde entre ônibus sucateados e o transporte alternativo, que irresponsavelmente o IMTT chama de "complementar", além do irregular que opera diariamente diante do testemunho de 500.000 habitantes, na principal praça do município sob a marquise de um dos bancos mais antigos do país!

No bojo da ventania de incompetência, falta de interesse público e autoridade, que sacode o transporte público em Campos - dentre outros setores: habitação de interesse social, saúde, drenagem e saneamento urbanos - tivemos, em 16 de outubro de 2013, na Câmara Municipal a palestra de técnicos do URBS (Curitiba), além da recente contratação da PLANUM, esta, por mais de R$ 600.000,00 (SEISCENTOS MIL REAIS) para elaborar o Edital...e nada! Apesar de a população de Campos parecer adepta de alguma técnica de relaxamento e busca do Nirvana ou estado espiritual diferenciado, não houve jeito: as "bombas" estouraram em manifestações por todo o território municipal, com cenas de queima de materiais inflamáveis e passeatas com palavras de ordem ocupando setores e locais estratégicos. Onde está(ão) a(s) manifestação(ões) dos empresários do setor, cujo as ausências foram percebidas - exceto a empresa Cordeiro - no Seminário de Mobilidade Urbana em Campos dos Goytacazes: uma agenda urgente!, realizado em 29 e 30 de novembro de 2013, pelo Observatório Social de Campos dos Goytacazes. E a Comissão de Transporte da Câmara Municipal - ausente também do seminário citado - por quê se cala?

Mas, ainda assim, não foi suficiente para o Ministério Público Estadual intervir, será que nós cidadãos estávamos e estamos fazendo uma interpretação tão dramática, distante da realidade que os fatos nos revelam e que o TCE demonstrou tecnicamente? Porém, hoje 02 de maio, me deparei com alguns ônibus nas ruas ostentando um banner adesivo - feito no feriado do trabalhador, à "toque de caixa" - com a seguinte inscrição: "Ônibus gratuito, ação conjunta MPRJ e PMCG", onde segundo a imprensa - Folha da Manhã, Blogs Opiniões e José Geraldo -  os 18 ônibus retirados - por força policial - das garagens das empresas, estão sendo conduzidos por motoristas que embora habilitados na categoria "D",  não possuem a devida prática e treinamento neste setor de condução de veículos, que lida e transporta vidas, pessoas, de todas as idades; não verduras! O Blog do Zé Paes, também, dá um cenário assombroso de tudo que acontece pela falta de competência.
Enfim, meu bem, há o risco iminente e factível de pessoas serem transportadas para o além. É prudente que sejam revistos os procedimentos, antes que algo mais grave ocorra e sejam desprendidos esforços para justificar o injustificável. Chega de improvisos - aeromóvel, permissividade dos transportes alternativo e transporte ilegal, contratação da BK, engodo da passagem R$ 1,00 e ações e palavras que não tocam a questão.

Certamente, pelas responsabilidade envolvidas, isso não é do interesse de ninguém.

CADÊ O PLANO DE MOBILIDADE URBANA DE CAMPOS?

Abç.,

Renato César Arêas Siqueira

arquiteto e urbanista

perito técnico

professor bolsista UENF

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