terça-feira, outubro 01, 2013

DIREÇÃO DO HFM FALA DA SUPERBACTÉRIA

(Do jornal online Terceira Via)

Diretor do HFM, doutor Ricardo Madeira e doutor Telmo Garcia,
da Vigilância Epidemiológica Hospitalar, na entrevista concedida
O Diretor Geral do Hospital Ferreira Machasdo (HFM), Dr. Ricardo Madeira e o Chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, Dr. Telmo Garcia, esclareceram na manhã desta terça-feira (1º de outubro) dúvidas referentes à superbactéria (NDM-1), após um caso de colonização em um paciente de 62 anos, que aconteceu há 90 dias.  

Segundo o Dr. Ricardo Madeira, existem várias preocupações, entre elas, se tem algum paciente que vem de outra instituição hospitalar com uma bactéria já colonizada resistente. Existe uma orientação por parte do Ministério da Saúde que é investigar esse paciente por meio de exames simples, ao pegar um swab (grande cotonete) e colher a secreção da mucosa nasal e a do ânus, pra saber se tem um germe que possa ter entrado por essas vias.

O material é semeado em uma placa onde vai crescer um germe e colocado em um disco de antibiótico para saber a sensibilidade ou sua resistência. No momento em que se acha uma bactéria mais resistente é enviado um relatório para um laboratório da Fiocruz, onde o procedimento é refeito.

O paciente deu entrada no Hospital Geral de Guarus (HGG), vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e por se tratar de um quadro hemorrágico, houve a necessidade de ser transferido do para o HFM, para passar por uma equipe de neurocirurgia e então ser submetido ao procedimento.

A segunda preocupação, conforme explica o diretor, é saber se aquele paciente identificado tem um germe que possa causar doença ou se ele só está colonizado. Durante o monitoramento, houve um momento em que ela deixou de morar no paciente.

“Especificamente nesse paciente em momento algum ele adoeceu por causa desta superbacteria. Por exemplo, esse paciente acamado, com pouca resistência, teve uma infecção urinária. O germe identificado na urina não foi a superbacteria. Ele também teve outras infecções respiratórias, que também foram tratadas", disse.

Durante todo esse período de internação, é estabelecido isolamento respiratório e uma rotina de isolamento de contato, em que todo profissional ou não, precisa colocar todo equipamento de proteção individual e após tirar, lavar as mãos.

O Dr. Telmo também esclarece que essa não é inédito lidar com as bactérias super resistentes, mas a NDM desenvolveu um mecanismo diferente. Ela é uma enzima produzida pela bactéria KPC e por outras bactérias que neutralizam o antibiótico. “A nossa função é identificar esses pacientes não deixando que essas bacterias sejam transferidas para outros pacientes”.

O diretor do HFM disse que já existem estudos científicos que comprovam que essas novas bactérias super resistentes são capazes de transferir esse talento para uma vizinha, que também é resistente ao medicamento.

“Essa é outra preocupação dos especialistas, que alguém adoeça por uma bactéria que não se tem remédio para matar. De três a quatro semanas atrás o paciente estava de alta médica e a família recusou de levá-lo pra casa com medo de estar levando pra casa uma superbacteria. Ele continuou no hospital e hoje está tratando de uma pneumonia pelo fato de estar num ambiente hospitalar. Por isso, é recomendada a política de desospitalização. Essa é a lição que fica”.  

Até o momento são nove casos confirmados no país: um em Campos, três no Rio de Janeiro e cinco no Rio Grande do Sul.   

Fonte: jornalterceiravia.com.br

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