O para atleta, Daniel ao lado de sua família |
Por Wesley Machado
Da
depressão à alegria. Assim pode ser descrita a trajetória de Daniel da Cruz
Machado, de 18 anos de idade - faz 19 no próximo dia 8 de dezembro, que ficou
paraplégico aos 12 anos depois de cair de uma árvore de quatro metros na qual
havia subido para pegar uma pipa. Com uma fratura na medula, ele passou a
usar cadeira de rodas, quando aos 14 anos, dois anos depois do acidente, foi
levado por um amigo para praticar basquete no Automóvel Clube Fluminense pela
ONG Esporte sem Fronteiras. O menino que se trancava no quarto e tinha vergonha
de sair de casa hoje está sorrindo com a convocação para a Seleção Brasileira Sub-21
de Basquete em Cadeira de Rodas, que vai disputar o Parapan Juvenil, em Buenos
Aires, na Argentina, de 12 a 20 de outubro.
Daniel
foi um dos 12 selecionados entre os 17 atletas que participaram da fase de
treinamento, realizada até o dia 27 de setembro na Faculdade Social da Bahia,
em Salvador, sob o comando do técnico Tiago José Frank. Atualmente titular da
equipe, dos dias 7 a 11 de outubro, ele participará de um novo período de
treinamento em São Paulo. E no dia 11 embarca para a Argentina.
Nesta
terça-feira (1°), Daniel se encontrou com o campeão olímpico e mundial, o
presidente da Fundação Municipal de Esportes (FME), Pampa. Na oportunidade, o
garoto tímido contou um pouco da sua história de vida. “Eu passava o dia todo
na rua. Se não fosse o acidente, eu estaria envolvido até com negócio de
droga”, sugeriu Daniel, que é morador do Parque São Matheus, onde divide a casa
com a mãe, o irmão mais velho, que tem esposa e dois filhos, além de uma das
irmãs.
Ainda
nesta terça, Daniel, acompanhado da mãe, Dona Maurina, foi ao Centro de
Reabilitação do Hospital Geral de Guarus (HGG) pegar a cadeira para banho, com
a qual Daniel foi beneficiado por processo na Fundação Municipal de Saúde
(FMS).
Filho
de uma empregada doméstica, Dona Maurina, Daniel perdeu o pai, Seu Djalma,
cedo, aos 5 anos de idade, de infarto. Filho mais novo, Daniel tem três irmãos,
duas mulheres, uma de 31 e outra de 33 anos e um rapaz, Abel, de 28 anos. Abel
conta que hoje Daniel é a alegria e o orgulho da família. “Ele se superou. Após
o acidente, ele só queria ficar trancado dentro de casa. Não queria fazer
nada”, lembra o irmão, que está desempregado. Abel é um espelho para Daniel,
que escolheu para torcer o time do irmão, o Corinthians, mesmo morando no
estado do Rio.
Daniel
conta que precisou da ajuda de um psicólogo para sair da depressão, mas que foi
o esporte que fez com que ele recuperasse a auto-estima. “O esporte me ajudou a
superar o preconceito que eu tinha. Eu tinha vergonha de sair de casa. O
esporte melhorou minha auto estima. Fiquei muito feliz com a convocação. Sempre
foi o sonho da minha mãe que eu praticasse um esporte. Minha mãe está super
orgulhosa. Antes do acidente, tentei o futebol e o judô. Acabou acontecendo
isto na minha vida. Hoje tô de boa, tô tranquilo. Agora é me dedicar e alcançar
a seleção principal”, projetou Daniel.
Daniel
atualmente cursa o 3° ano do Ensino Médio na Escola Estadual Dr. Phillippe
Uébe, no Parque Guarus. Ele que perdeu um ano na escola por conta do acidente,
ainda não pensa em fazer faculdade, quem sabe um curso técnico, por sugestão do
presidente da ONG Esporte Sem Fronteiras, Alessandro Martins, 43 anos,
conhecido como Pitty.
O
presidente da ONG Esporte Sem Fronteiras fala sobre o fato de Daniel ter sido o
1° jogador formado pela ONG a ser convocado para a Seleção Brasileira. “Já
tivemos vários jogadores convocados, mas que vieram de fora. Daniel é o 1°
convocado que foi formado pela ONG. É uma satisfação ver que o nosso papel está
sendo cumprido e os exercícios feitos valeram a pena. É gratificante conseguir
colocar um atleta de Campos, feito pela ONG, na Seleção”, disse Pitty.
Maurício
Lemos, técnico de Daniel na equipe da ONG Esporte Sem Fronteiras, explica que
os técnicos das seleções estão sempre de olho nos atletas nos campeonatos. “E
foi assim que o Daniel foi descoberto. Logo assim que ele chegou, nós
identificamos que ele tinha potencial para o basquete. Chegou muito tímido,
acanhado, era muito novo, tinha 12 anos. Hoje é um atleta que chegou numa
seleção sub-21, mas que precisa galgar um longo caminho para chegar à seleção
adulta. Um dos fatores principais para ele ter aparecido como atleta foi o
apoio que a Fundação Municipal de Esportes de Campos concede à ONG Esporte Sem
Fronteiras por meio de subvenção social – afirmou Maurício.
-
O esporte resgata a dignidade das pessoas, corrige as más influências e traz ao
praticante o prazer de estar se beneficiando com suas conquistas pessoais. A
sociedade em geral se orgulha do feito de nossos atletas quando o atleta se
torna uma referência nacional, sendo um exemplo de superação e alegria para o
país - considerou o presidente da FME, Pampa.
Contatos
para entrevista:
Daniel
- (22) 98150465/27336495
Abel
(Irmão de Daniel) - (22) 98223339
Maurício
Lemos (Técnico de Daniel) - (22) 98048006
Alessandro
"Pitty" Martins (Presidente da ONG Esporte Sem Fronteiras)
- (22) 99292838
André
"Pampa" Ferreira (Presidente da Fundação Municipal de Esportes) -
(22) 99621001/88264248
Endereço
de Daniel:
R.
Bartholomeu Lysandro, 97, Pq. S. Matheus (Referência: Ao lado da Creche Escola)
- Campos dos Goytacazes-RJ.
Wesley
Machado
Jornalista
Registro
Profissional 32.177/RJ
Assessoria
de Imprensa da Fundação Municipal de Esportes (FME)
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