domingo, agosto 25, 2013

RENUNCIA DE JANIO, 52 ANOS



Hoje, 25 de agosto, dia do soldado brasileiro, é também aniversário da controversa renúncia do presidente Janio Quadros, em 1961, que entre os principais atos de seu breve governo, estão a condecoração de Che Guevara, com a Ordem da Grã Cruz e a proibição expressa de rinhas de galo.

Manuscrito, de próprio punho, mandado ao presidente do Congresso, na época, por intermédio do ministro da Justiça, Oscar Horta.

Razões da renúncia:

Fui vencido pela reação e, assim, deixo o Governo. Nestes sete meses, cumpri meu dever. Tenho-o cumprido, dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções nem rancores. Mas, baldaram-se os meus esforços para conduzir esta Nação pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, o único que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.
Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou indivíduos, inclusive, do exterior. Forças terríveis levantam-se contra mim, e me intrigam ou infamam, até com a desculpa da colaboração. Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, e indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo, que não manteria a própria paz pública. Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia.
Saio com um agradecimento, e um apelo. O agradecimento, é aos companheiros que, comigo, lutaram e me sustentaram, dentro e fora do Governo e, de forma especial, às Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta oportunidade.
O apelo, é no sentido da ordem, do congraçamento, do respeito e da estima de cada um dos meus patrícios para todos; de todos para cada um.
Somente, assim, seremos dignos deste País, e do Mundo.
Somente, assim, seremos dignos da nossa herança e da nossa predestinação cristã.
Retorno, agora, a meu trabalho de advogado e professor.
Trabalhemos todos. Há muitas formas de servir nossa pátria.
Brasília, 25-8-61.
a) J. Quadros9

(Pesquisa na Wikipédia)

A versão popular da decisão do presidente Janio Quadros conta que, certa vez, perguntado por um repórter sobre sua renuncia, por que teria tomado tal atitude, respondeu: "Fi-lo porque qui-lo".

2 comentários:

  1. geraldo lopes raphael25 de agosto de 2013 às 22:14

    Eu aprendi(me disseram porem), que o Janio foi a Cuba e ficou impressionado com o amor dos cubanos pelo seu Presidente, coisa jamais vista por ele, daí, ao voltar ao Brasil, ele teria testado sua popularidade aqui no Brasil; anunciou a sua renúncia na esperança de que o seu povo fosse às ruas protestar para que ele retornasse ao poder. Como o povo, não deu a menor importância, ele ficou tão decepcionado, que disparou a beber, e numa dessas entrevista, teria respondido dessa forma, com raiva:"Fi-lo porque qui-lo".

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  2. Fernando,
    Quando entrou Jânio, o Jornal do Brasil abriu manchete em letras garrafais: Sai um doido varrido (Juscelino) e entra um doido varrendo (Jânio). Seis meses depois, deu no que deu.

    Depois, temendo que a Frente Ampla ganhasse a opinião pública, reunindo os cassados Juscelino, João Goulart e Lacerda (e Brizola, o mais temido), surge a Operação Condor que matou Lacerda, Juscelino e Jango. Brizola, mais precavido, escapou e acabou expulso do Uruguai.

    O "doido varrendo" foi preso, mas retornou e ainda governou São Paulo pelo voto direto. Brizola voltou, mas impediram que ele chegasse à Presidência da República, que foi entregue de bandeja a Collor. E deu no que deu.

    O Lula não tinha o compromisso histórico e tornou-se palatável. As reformas de base de Jango até hoje não foram concretizadas e é isso que, mesmo sem conhecimento histórico, parte da comunidade exige nas ruas.
    Abraços!

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