(Do blog do Ralfe Reis - Juventude na Política)
Como não recebi a nota pública oficial da prefeitura de Campos, sobre o episódio de suposta censura à peça de Nelson Rodrigues, no Trianon, recorri ao blog do Ralfe Reis e replico o contraditório, assinado pelo professor João Vicente Gomes Alvarenga. Eis a nota:
Cumpre-nos informar que não há nenhuma verdade nas alegações do grupo teatral 8 de Paus. O fato é que em reunião de rotina com diretores e a presidente da FCJOL observei que a peça “Bonitinha, mas ordinária” apresentava inconsistência na documentação apresentada, sugerindo sua análise posterior para aproveitamento no cronograma do Departamento de Literatura da Fundação Cultural, na medida em que não havia compromisso consolidado em contrato.
A prefeita Rosinha não teve acesso à agenda de agosto do Teatro Trianon, que não se encontrava fechada, e, portanto, não se posicionou a respeito de seu conteúdo. Cabe ressaltar que a administração pública é laica e que o fato da Prefeita ser evangélica não nos impediu de pontuar os atos culturais de forma múltipla, diversa, e respeitosa, apoiando realizações como a do Carnaval, grupos de Jongos e Mana Chica (manifestações afro-religiosas), festas tradicionais da Igreja Católica ou eventos por esta religião promovidos, como a da Jornada Mundial da Juventude, entre tantas outras.
Para nós, tanto Nelson Rodrigues, como qualquer outra expressão do teatro, da literatura, das artes em geral, tem sua importância. Entendemos que a palavra ganha no teatro conotações múltiplas através do jogo metafórico que se instaura em cena.
Recebemos no Trianon a comédia “Hermanoteu na terra de Godah”, que conta a história de Hermanoteu, típico hebreu do ano zero, companheiro, bom pastor e obediente. Ele recebe a missão divina de guiar seu povo à terra de Godah, numa sátira à história bíblica de Moisés. A pré estreia de "Maria do Caritó", protagonizada pela atriz Lilia Cabral e tantas outras obras importantes e consagradas, independente de referências religiosas, ganharam espaço. Tal fato nos conduz a seguinte reflexão: o verdadeiro preconceito e a intolerância podem estar se apresentando de forma invertida.
Atenciosamente,
João Vicente Alvarenga
Superintendente do Teatro Municipal Trianon/FCJOL - Prefeitura de Campos
Simples:
ResponderExcluiré só falar quando o atores vão se apresentar , é só marcar a data e pronto. Está resolvido a fofoca, melhor o desentendimento.
Lamentável os que se dizem ¨artistas¨,submetidos a tão vis politicas.
ResponderExcluirAbominável assistir aconsciencias serem trocadas por miserável metal.
Lastimável, existirem os que se fazem mercadorias e decrescem.
Execrável.
Como o grupo é oito de paus, devem ter um coringa na manga para inventar essa história, ou será que quem esta desmentindo o fato foi pressionado como todos que tem problemas no grupo são, para inverter a imagem de bonszinhos dessa família?
ResponderExcluirToma vergona na cara João!
ResponderExcluirQue lamentável fim de carreira desse!
Fernando acabo de ler o blog do José Paes e vi que a prefeita vai fazer um novo REDA com professores de 25,35 e 20 horas.E como agente que foi aprovado fica,estou espeando a minha vaga pra prof 35 hs e eis que ela inventa isso,me ajude pofavor não sei o que fazer pois o MP daqui está engessado.
ResponderExcluirMP engessado?
ResponderExcluirCaso de cortes internacionais.
ResponderExcluirRio de Janeiro, 10 de julho de 2013, 14:45.
Vou começar essa nota em resposta a nota oficial da Prefeitura de Campos com o seguinte e-mail enviado a mim por Ademilde Pacheco, diretora artística da Fundação Trianon, no dia 01/07/13:
Olá Felipe,
A Prefeitura de Campos está vivendo um momento de muitas mudanças nas Secretarias e Fundações, com isso as agendas a partir de agosto foram para a equipe da prefeita para confirmações e / ou novos espetáculos.
O João Vicente pediu para que eu cancelasse tudo que estava pré agendado, e ficarmos no aguardo de novas orientações. Inclusive aqui era Fundação Teatro Municipal Trianon, agora perdeu a autonomia. É somente Teatro Municipal Trianon. Ficando tudo subordinado ao Gabinete da Prefeita.
Enfim, pedimos muitas desculpas e o seu material será devolvido por SEDEX. Vamos ver como será a nova agenda. Por enquanto está cancelado.
Um grande abraço e muito obrigada pelo seu empenho e profissionalismo. Desejo sucesso.
Ademilde Pacheco
Diretora Artística
Bom, em primeiro lugar, o e-mail é bem claro relatando o cancelamento e não há nenhuma justificativa referente a documentações que estejam erradas ou algo do tipo. Temos e-mails e registros de ligações, em junho, da Fundação Trianon para a nossa empresa produtora, confirmando o espetáculo e inclusive a Fundação nos ofereceu transporte e uma possibilidade de hospedagem na cidade. Se tinha algum problema na documentação, como que a Fundação nos liga confirmando o espetáculo e ainda nos oferece hospedagem e transporte? Mistério!
Em segundo lugar eu tenho os registros de ligações feitas para o Sr. João Vicente Alvarenga em que conversamos sobre este cancelamento e onde ele me relatou a justificativa dada pela Fundação Oswaldo Lima sobre a "imoralidade" de Nelson Rodrigues que poderia ofender a religião da prefeita de Campos.
Em terceiro lugar o e-mail diz claramente que a agenda do Teatro Trianon ficou submetida ao Gabinete da Prefeitura, ou seja, segundo o e-mail a prefeita ou os seus assessores de gabinete teriam acesso a agenda, existindo então, a possibilidade dela vetar a peça devido a motivos religiosos ou algo do tipo e creio eu que foi exatamente o que aconteceu.
Em quarto lugar, a nossa empresa produtora (A Garagem) é uma empresa extremamente correta em todas as suas funções jurídicas, tão correta que ela é responsável por projetos aqui na cidade do Rio de Janeiro e a peça "Bonitinha, mas ordinária" atualmente está em sua terceira temporada aqui pela cidade e nunca tivemos nenhuma espécie de problemas com as documentações. Acho que não são os nossos documentos que estão errados, talvez seja a Fundação Trianon ou a Prefeitura de Campos que esteja equivocada.
Em quinto lugar, é uma decepção para o Grupo, para mim, para classe artística e para a minha família (que mora em Campos) ver que o Sr. João Vicente Alvarenga diz que houve mentiras por parte do Grupo. Eu aprendi na minha graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no curso de Direção Teatral, que um homem de teatro tem que sempre honrar a sua palavra em favor da arte e fico decepcionado quando vejo que o homem de teatro que é o Sr. João Vicente nega o seu contato comigo pelo telefone, no dia 08/07/13, em que me informou as justificativas religiosas sobre o veto da peça "Bonitinha, mas ordinária". Ainda bem que temos os registros de ligação que comprovam o contato e as conversas.
O Grupo de Teatro Oito de Paus declara formalmente a sua indignação e o seu repúdio ao desrespeito pelo trabalho profissional de artistas de teatro na cidade de Campos. Gostaríamos de informar para os políticos e funcionários da Prefeitura que os senhores estão lidando com profissionais e artistas que sabem o que estão fazendo e que procuram o máximo de honestidade, clareza e comprometimento com a arte neste país.
E discordando do Sr. João Vicente de Alvarenga, talvez o verdadeiro preconceito, intolerância e mentira esteja realmente do lado certo.
Luís Felipe Perinei - Diretor do Grupo de Teatro Oito de Paus
COMO SÃO TOLERANTES COM TAL VICENTINHO ALVARENGA/?????
ResponderExcluirPor favor o espetáculo "220 volts" e "Minha mãe é uma peça" tem que vir em Campos o teatro vai lotar.
ResponderExcluirCampos precisa inovar chamar mais pessoas para o teatro "220 volts e minha mãe é uma peça" com Paulo Gustavo. Ele é o cara!! Veja no multishow.
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