CONFESSO QUE TENHO MEDO

Temo pelo que poderá acontecer, no próximo dia 7 de setembro, no Brasil. Há uma convocação, pelas redes sociais e à julgar pelos últimos acontecimentos, a concentração de pessoas pode chegar a 40 milhões. Uma multidão ingovernável, como todas as multidões.

Meu medo se configura na ausência de ideologias definidas. Só as ideologias definem os territórios do bom combate; clareiam os limites da ação cívica e servem como freio da violência baldia.

Nessa convocação não há nada que a oriente.

Serão "os tambores dos estômagos vazios", será a humilhação dos que ainda vivem sob a linha da miséria e a vez dos salteadores mambembes.

A ausência de política, apaga todas as luzes.

Temo pelo que virá. A data histórica é sempre comemorada por alunos das escolas brasileiras. Teremos as avenidas repletas de crianças.
Quero uma pátria justa e soberana. Todos querem. Mas que essa conquista se dê pela luta cívica, civilizada e não, pelo sangue gratuito de meus irmãos.