segunda-feira, março 11, 2013

ROYALTIES, O PASSADO MANDA LEMBRANÇAS

(Por e-mail)

Roberto e Fernando, e demais, bom dia.

      Há pouco, encontrei no acervo jornalístico de meu pai, Sílvio Roberto Siqueira, esta "joia", editada pelo Correio de Campos, que compartilho em momento mais do que oportuno. Trata-se de artigo escrito em, 14 de dezembro de 1981, pelo atual Secretário de Cultura, Sr. Orávio de Campos, cujo o título é: De como o Norte-Flu vai sair da miséria via açúcar, álcool, petróleo e royalties. 

Mas, em trinta anos, não bastaram os volumosos recursos financeiros, haja visto a permanência, além das sócio-econômicas, da maior das misérias: a cultural; Campos, em cultura, ainda é aquela cidade provinciana, onde grande parte de seus cidadãos se aproximam dos gestores públicos para garantirem seus pequenos triunfos, seus "títulos", que significam grandes prejuízos à coletividade. Ao ponto de, em conversa com uma pessoa do alto escalão do atual governo, esta dizer ser compreensível o comportamento dos "DAS" - como se fossem folhas ao vento, que hora são lançadas para um lado, hora são lançadas para outro lado - por ser questão de sobrevivência! Como assim sobrevivência?! Fui educado a trabalhar, me instruir, me qualificar, ser honesto, para sobreviver com dignidade! Isso, caro servidor, é um assalto feito na cara de pau, um comportamento vil e nocivo, algo deplorável e sem qualquer recomendação a quem quer ser honesto, do bem, quem quer sobreviver...na memória.

     Há quem diga que os royalties se traduziram no pior acontecimento de nossa economia, e não é exagero, acaso alguém pode citar, de forma lógica, quais as oportunidades foram criadas?, quais as alternativas econômicas foram expandidas?, quais áreas urbanas foram qualificadas?, enfim, como Campos dos Goytacazes se sustenta economicamente sem os royalties?

     Discutir neste momento a partilha dos royalties, ampliada pelo pré-sal, sem considerar firmemente a participação da sociedade, apenas pelo viés político, é reescrever o artigo do Sr. Orávio, que se traduz em mera especulação, é gostar de como as coisas estão, é colaborar indiretamente e, canais como os blogs, tem a função que há tempos a imprensa, em geral, deixou de exercer: a imparcialidade e coragem para publicar o que deve ser publicado e não o que interessa, para que a sociedade civíl se posicione e determine o que a classe política deve fazer, afinal, são, em tese, nossos representantes por mandato outorgado por nós, cidadãos; eu não me sinto representado pelos acontecimentos dos últimos trinta anos!

Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista
perito técnico
professor bolsista UENF

4 comentários:

  1. Parabens ao Sr.Renato Cesar Aras Siqueira.
    Se a sociedade civil organizada não se posiciona de modo satisfatório que cada cidadão se pronuncie .
    Temos anos e anos de Royalties e nenhuma contrapartida condizente com a verdadeira fortuna recebida.
    Desejamos uma Campos para todos.Uma Campos onde as crianças sejam saudáveis emocional e intelectualemnte .
    Que nossas Escolas públicas nos encham de orgulho porque efetivamente educam e fazem o futuro.
    O que temos visto nestes últimos anos são até mesmo pessoas outrora respeitadas em suas profissões terem seus nomes no lixo em nome de ¨sobrevivencia¨ (sic)despudorada e cínica que se traduz talvez por mais um apartamento em local nobre no Rio ou um mofado apartamento em Paris em detrimento de uma vivencia decente moral e materialmente.¨Sobrevivencia¨esta que, por ser com o dinheiro público, condena de milhares e milhares de crianças a um futuro duvidoso , para não dizer sem esperança.
    Márcia

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  2. Seria interessante a publicação do referido anúncio. Parabéns pelo texto

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  3. Concordo com tudo que o Sr. disse Doutor. Mas a maioria dos eleitores querem CIRCO E PÃO. Nós trabalhadores que se lasque.

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  4. Se me permite caro(a)anonimo(a) das 11:44h, não importa o que alguns eleitores querem,Mesmo porqur nem sabem o que querem para além da sobrevivencia.Cabe , isto sim, a governantes sérios e responsáveis propiciar para que a população tenha o que de direito,ou seja, uma educação satisfatória para seus filhoes , uma saúde compatível com um município milionário.
    Um desenvolvimento humano digno.
    Fazendo isso o governante fará com que surjam outros palcos que não sejam circos e outros alimentos que não seja pão.
    O que não cabe é assistirmos ,continuarmos assistindo, como há 20 anos, uma fortuna entrar nos cofres da prefeitura de Campos e tudo ser igual.
    Ou pior?

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