ESGOTO NO VALÃO?

Alertado por um leitor, fui neste domingo, 23, olhar de perto uma situação, que se for comprovada tecnicamente, vai se transformar em alvo de uma ação popular contra a prefeita e a direção do Consórcio Águas do Paraíba. Trata-se da suspeição da continuidade de derrame de esgoto no leito do canal Campos-Macaé.

A obra de maquiagem nas margens do valão custou mais de 20 milhões. Questionada, a prefeita justificou-se afirmando que além da bijouteria urbana que margeia o canal, foram necessárias obras estruturais para corrigir o sistema de esgoto que , velho e carcomido, provocava infiltrações nas pistas laterais.

Pois bem, o que dizem a prefeita, que é a figura institucional do poder concedente, e a concessionária que explora comercialmente a distribuição da água e o tratamento de esgoto da cidade, sobre esta imagem?

Isso é vazadouro de esgoto? Veja a semelhança do líquido que escorre com o do leito do valão.

Nessa outra imagem, na outra margem, os recursos da maquina fotográfica não foram capazes de aproximar a boca da manilha, onde tem uma crosta sedimentada de coloração cinza. Esses flagrantes foram feitos entre as ruas Formosa e Pelinca.

O resultado final dessa situação, no trecho do canal em frente ao Hospital dos Plantadores de Cana, com visíveis agressões ambientais somadas a negligência pública para com uma das jóias da engenharia e da cultura campistas, sugere que há mais coisas nesse esgoto do que supõe a nossa vã curiosidade. 

Com licença poética de Sheakspeare.